Pesquisar este blog

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

O escravo do poder do Iron Maiden


Weiss

Interrompendo um pouco minhas férias para trazer um pouco de conteúdo no blog - no Youtube tem vídeo novo de Os Clássicos com Alice Cooper, clique aqui para assistir. Acompanhado de uma Weiss, porque o calor aqui no interior de São Paulo não está para brincadeira, segue mais um pouco do Projeto Valhalla, em que eu disponibilizo todos os meus textos que assinei para a Revista Valhalla no período em que fui colaborador (2.003-2.007).

Aqui, um misto de resenhas publicadas nas edições #22 ("Classics") e #23 ("Collection"). Aguarde que a próxima do projete será a segunda, e até agora, última parte da biografia do Kiss. Abra sua breja e relembre alguns detalhes de Powerslave, do Iron Maiden. 

Por sinal, Natal acabou, mas ainda tem promoção na Amazon. Eu fosse você aproveitava as ofertas de produtos quatro estrelas. Clique aqui e veja você mesmo! Ah, claro, também tem o CD do Maiden no site da Amazon, sim, naturalmente.

Saúde!


IRON MAIDEN

Powerslave

(1984)

Primeiro álbum repetindo a formação do anterior; mais um com a assinatura de Martin Birch (Black Sabbath); capa novamente desenhada por Derek Riggs; composições de alto nível e empolgantes. Agora, com tudo isso, teria como este disco ser ruim? A inspiração no Egito é tão forte que ao acionar o play, ou fazer a agulha trabalhar, é possível, ao apreciarmos a arte, nos sentirmos naquele país africano. “Aces High”, falando sobre os ases da Força Aérea Inglesa na Segunda Guerra Mundial, e “2 Minutes To Midnight”, sobre a Guerra Fria, são os dois maiores clássicos de Powerslave, porém em hipótese alguma a faixa-título e a épica inspirada no poeta inglês Samuel Taylor Coleridge (1798-1834) “Rime Of The Ancient Mariner” podem ser esquecidas. O sucesso foi tão grande que a “World Slavery Tour”, com direito a passagem pelo Brasil para o “Rock In Rio I”, rendeu o primeiro duplo ao vivo para os britânicos, Live After Death (85). No primeiro relançamento em CD, aquele com um de bônus, com músicas lançadas apenas em singles, temos no referido, como registro interessante, um cover do Nektar, “King Of Twilight”, além de mais uma versão ao vivo para a ultramegaclássica “The Number Of The Beast”. Aliás, qual relançamento você prefere, esse ou o das faixas multimídias, com videoclipes? (VA)

ICED EARTH – The Reckoning (Century Media – Nac.) 8.0 – Um dos discos mais esperados dos últimos tempos só poderia render bons frutos em termos financeiros, caso de The Glorius Burden, álbum que marcará a estréia de Tim Owens (ex-Judas Priest) nos vocais da banda de Jon Schaffer (G). Para aproveitar essa oportunidade, devido a curiosidade em ouvir o resultado dessa união, foi que saiu este single com quatro músicas inclusive no Brasil, onde este tipo de lançamento é praticamente nulo, antecipando o trabalho citado acima. Ouvindo-o com total isenção percebemos que o estilo continua o mesmo e até a faixa-título poderia muito bem estar em Horror Show (01). Há de se destacar a versão acústica para “Where The Egle Cries”.  Agora que esta capa é chupada de algum lugar não resta dúvida! (VA)

ASTRAL DOORS – Of The Son And The Father (Hellion – Nac.) 8.0 – Mais um bom trabalho do mestre Dio... Ops, quase me enganaram. Este é o debut desses suecos que como se não bastasse beber na fonte de Rainbow e Black Sabbath fase do referido cantor, claro, ainda por cima arrumaram um cara com um timbre bem parecido com o do baixinho. Apesar dessa forte “influência” é bastante legal, principalmente pelos excelentes riffs. Destaques: “The Hungry People” e a mais clichê de todas “Slay The Dragon”. Sentiu o que te espera? (VA)

 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

NOVIDADES Teria Voodoo Shyne mudado de estilo?


FONTE: AI

O músico paulista Voodoo Shyne lançou Play Your Part, seu mais novo single. Depois de Never Too Old To Fall In Love, lançada em novembro de 2.023, a ideia agora é explorar uma vibe mais pop e swingada com dinâmicas leves e melódicas.

Há quem diga que não é rock, muito menos metal. Mas isso fica a critério dos ouvintes. Para o músico, essa é sem dúvida uma de suas melhores composições.

Para ouvi-la no Bandcamp clique aqui. Ao lado de Voodoo, que além de cantar, também a compoz e gravou baixo, bateria e sintetizadores. Estevan Sinkovitz fez as guitarras, baixo e produzuiu a faixa ao lado do artista.
 
E para você que está com a grana curta e buscando algumas ofertas, vai uma dica, dá uma olhada aqui na Amazon. Tem produtos com mais de 50% de desconto.

NOVIDADES Allen Key lança single e videoclipe visando o mercado internacional


FONTE: AI

Após iniciar um novo ciclo de lançamentos com a impactante Apathy, a Allen Key estreou o single e videoclipe de Sleepless em seu canal no Youtube, apresentando uma sonoridade cada vez mais contemporânea e preparada para o mercado internacional. Com uma proposta moderna, bebendo na fonte de bandas como Linkin Park e Evanescence, a Allen Key abre cada vez mais suas portas para perspectivas ainda mais grandiosas do que as já conquistadas na primeira fase da banda.

Sleepless fala de amor, sob uma ótica de incertezas e inseguranças, ainda que buscando entregar acolhimento para quem encontrar conexão de sua letra com experiências pessoais próprias. Seu refrão é uma declaração pura de amor que reflete as escolhas do Eu Lírico, que permite-se entregar aos seus sentimentos mais verdadeiros e profundos.

Depois de se apresentar ao lado de grandes nomes do Metal Nacional e Internacional, como Tarja, Primal Fear, Angra e Shaman, a Allen Key fortalece esse novo ciclo com seu próximo show marcado para o dia 16 de Dezembro, junto com o Angra em Ribeirão Preto, além de duas datas de turnê brasileira de Tarja com Marko Hietala em 2024, em São Paulo e Brasília.

O videoclipe encantador e belíssimo de "Sleepless" tem direção e edição de Caike Scheffer, com maquiagem e figurino por Karina Menascé. A produção musical é de DropAllien, produtor indicado ao Grammy Latino.

A Allen Key conta em sua atual formação com Karina Menascé no vocais, violão e teclados, Pedro Fornari e Victor Anselmo nas guitarras, William Moura no baixo e Felipe Bonomo na bateria.

Quer produtos com 75% de desconto? Então aproveita esse link da Amazon. Vê se não perde dessa vez, hein!


segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Tuatha de Danann lança o oitavo álbum The nameless cry

FONTE: AI

O Tuatha de Danann lançou seu oitavo álbum de estúdio intitulado The nameless cry, com distribuição pelo tradicional selo brasileiro Heavy Metal Rock. Em seu novo disco os bardos mineiros apresentam uma sonoridade e proposta ainda mais madura e bem elaborada, aproximando-se de seus 30 anos com um dos melhores trabalhos de sua aclamada trajetória.

No canal do grupo no Youtube há um clipe para The nameless. O disco está disponível nas plataformas digitais. Embora na Amazon você consiga adquirir outros títulos, igualmente sensacionais dos caras. Acesse aqui!

O músico e fundador da banda, Bruno Maia, comentou sobre o lançamento do álbum: "Posso dizer que este é o álbum da reinvenção do Tuatha de Danann. A banda não se repetiu e conseguiu manter muitos de seus aspectos e peculiaridades em todas as faixas. The nameless cry, como o próprio título sugere, traz uma atmosfera mais sóbria, amarga, reflexo de um período sombrio que vivemos com uma pandemia que matou milhões no mundo e que foi potencialmente mortal no Brasil. Temos grandes músicas no disco e participações muito especiais também".

O álbum conta com as participações especiais de Hugo Mariutti, Daísa Munhoz, Fabricio Altino, Romulo Salobreña, Julie F. Gonçalves, Edson Guerra, Adriano Sarto e Nathan Viana. A produção é do próprio Bruno Maia no Braia Studios, em Varginha (MG), com mixagem e masterização de Thiago Okamura. A arte da capa foi criada pelo artista Paulo Coruja.


O Tuatha de Danann é uma banda brasileira de Celtic Folk Metal, na estrada desde 1995, que conquistou fãs em todo o mundo e está de volta com a promessa de um novo álbum grandioso. Com sua mistura única de heavy metal e elementos da música tradicional irlandesa, o Tuatha de Danann cria uma experiência musical única e emocionante.

A atual formação da banda conta com Bruno Maia nos vocais, guitarra, violão, flautas, bandolim, banjo e bouzouki, Giovani Gomes no baixo e backing vocals, Edgard Britto nos teclados, Raphael Wagner na guitarra e Rafael Delfino na bateria.

domingo, 10 de dezembro de 2023

ENTREVISTA: Baraldi, o cartunista roqueiro

FOTOS: VRA - Exxótica e Baraldi na Expomusic

Weiss

Mais uma do Projeto Revista Valhalla e dessa vez fechando a #21. Segue a entrevista com Marcio Baraldi e, enfim, ali vocês entender tudo. Escolhi uma Weiss para rever esse trabalho com vocês, pois uma breja de trigo refrescante como essa é ideal para um bate-papo!

Na Amazon você encontra livros do Baraldi, sim, senhor, claro! Clique aqui e veja uma das minhas indicações. Boa leitura, saúde!

Marcio Baraldi: Rock também é vocação!

Texto: Vagner Aguiar

Você conhece o Humor-Rock? Calma, calma. Não é nenhum novo estilo de Metal e sim a união entre histórias em quadrinhos, charges e “cartuns” com o Rock’N’Roll. Simples, não? O melhor exemplo disso, e talvez único, é Marcio Baraldi, cartunista que lançou recentemente o livro Roko-Loko e Adrina-Lina (Ed. Rock Brigade/Opera Graphica Ed., R$ 10), coletânea dos três primeiros anos de HQs e tiras que são publicadas mensalmente em uma revista roqueira nacional desde 1996 – para comprá-lo mande uma mensagem para o endereço eletrônico que está no final da página.

Não tem no mundo inteiro um personagem como ele”, explica a afirmação anterior o criador de Roko-Loco, nome central do título acima citado, num bate-papo extremamente bem humorado, como não poderia deixar de ser, cheio de risos e gargalhadas. “Pode procurar na Kerrang, Burn!, Metal Hammer, Rolling Stone”, continua ele usando como exemplo revistas européias e norte-americana, a última, para classificar seus traços já que nelas “você não vai achar nem sombra de um trabalho como o meu. Isso é para provar que o Brasil não deve nada a ninguém. Nós temos artistas, músicos, atletas, cientistas de primeiro mundo. Ainda vamos ser o melhor país desse planeta, a pátria do Evangelho, da mulher bonita e do Rock'N'Roll”, profetiza.

Lendo a finalização dessa primeira idéia e observando que Roko-Loko usa uma camisa amarela e uma calça azul, as cores da seleção brasileira de futebol, podemos concluir que Baraldi é uma pessoa que adora nosso país. “Parabéns! Você foi o primeiro jornalista que percebeu isso! Eu sou nacionalista ‘pra carvalho’, adoro o Brasil e o Roko é isso mesmo, é o roqueiro brasileiro com todo orgulho.” A expressão “carvalho” é um trocadilho usado pelo personagem com aquilo mesmo que você está pensando.

Mas, antes de nos aprofundarmos no mundo do Humor-Rock vamos descobrir as origens de seu criador. Baraldi: “Desde que descobri o Rock’N’Roll, aos 11 anos, fiquei 'eletrizado' e passei a desenhar as bandas que eu gostava. Não consegui mais desligar a tomada nem parar de desenhar”. Cinco anos mais tarde e com cadernos cheio de piadas roqueiras o artista começou “profissionalmente na imprensa sindical fazendo de tudo, quadrinhos, charges, ‘cartuns’, e mais o que você imaginar.

A inspiração veio ao ouvir “We Will Rock You”, do Queen, “num radião véio” de sua casa. “Quando eu ouvi aquela batida e aquele coro que parecia uma procissão religiosa eu pirei”, entrega Baraldi, “converti-me àquela ‘religião’ na hora e sai correndo comprar o compacto de vinil We Will Rock You/We Are The Champions. Foi meu primeiro disco de Rock e, sem dúvida, ajudou a formar minha personalidade e achar meu caminho na vida.” O veredicto final: “Ouvir Rock para mim valeu mais que fazer 10 testes de orientação vocacional!” Baraldi ouve “Rock e Pop em geral, desde que seja banda boa”, além de Queen, Kiss, Motörhead, New Model Army, The Clash, Ramones e Punk antigo em geral. Sua estréia nas livrarias se deu em 1996 com ConstruRINDO o Sindicato.

Quem disse que eu nunca fui cabeludo?

Voltando ao último lançamento, a recepção a ele tem sido “Excelente! Todo mundo está curtindo, me mandam e-mail de monte”, comemora o cartunista não se agüentando, já que recebeu até uma mensagem do Japão pedindo-o. “Modéstia a parte, os personagens são muito legais e o livrão ficou lindo! Como diria o Roko, ficou ‘du carvalho’”, se esbalda ele. Contracenam com Roko, a namorada Adrina-Lina e estrelas das mais diversas constelações, não apenas do Rock, como Ted Nojento, Padre Judas, Bruna Lombada e Edir Macete, em historinhas bastante engraçadas e homenagens às personalidades que nos deixaram como Chuck Schuldiner e Joey Ramone, por exemplo.

Há, inclusive, uma espécie de guru de seu personagem principal. Baraldi se explica: “Na quinta HQ que eu fiz do Roko, ainda em 1996, aparecia o espírito do Raul [Seixas] que o levava para o céu para curtir um show só com roqueiros falecidos. Essa HQ fez tanto sucesso que eu resolvi fazer outras com o espírito do Raul, transformando ele no ‘brother espiritual’ do Roko, que aparece de vez em quando. É uma homenagem pessoal minha ao Raulzito, pois sou espírita e fã do maluco beleza.

Em charges, sempre há um que é “pego para Cristo”. Pesquisando quem poderia ser encontramos na figura de André Matos (ex-Viper, Angra, atual Shaman) “um eterno zoado”, como ele mesmo se intitula no depoimento para o livro. “O texto do André ficou um sarro! Esse lance da Adrina ser apaixonada por ele surgiu de brincadeira porque ele sempre se vestiu como um ‘galã do metal’ e acabou pegando. Mas o meu alvo mesmo pra zoar nas HQs é o próprio Roko, é ele quem sempre se ferra na minha mão”, confessa Baraldi em meio a risos, claro.

Porém, Baraldi não se restringe somente a esse personagem já famoso assinando charges em vários sindicatos e “em um monte de revistas para todos os públicos que você imaginar, inclusive muitas de Rock”, perfazendo “uns quarenta empregos para sobreviver”, se diverte. “Mas eu não conseguiria viver só desenhando Rock, sobretudo porque eu quero falar de outros assuntos também, para não virar um ‘bitolado’”.

E “bitolado” o cartunista realmente não é, basta observar os demais trabalhos que assinou ao longo dos anos: o já citado ConstruRINDO..., A Fórmula do Riso, Cidadania: Eu Quero uma pra Viver!, e, no ano passado, dois “petardos de uma vez: Todas as Cores do Humor, que foi o primeiro livro de ‘cartuns’ GLS politicamente corretos do Brasil”; e “Moro Num País Tropicaos, coletânea de charges sobre a ‘Era FHC’”, esclarece o autor. Com relação ao primeiro, “pintou a oportunidade de fazê-lo e eu, que graças a Deus não sou preconceituoso nem falso-moralista, topei”. Já o segundo “é bem político e tinha prefácios do Ziraldo e do presidente Lula. A recepção de ambos foi tão boa que o Tropicaos... esgotou em um ano e o Todas As Cores... já vendeu metade da tiragem”.

Então se a política também é assunto, quando o citado Luis Inácio da Silva será “zoado”? Enfático: “Nunca”. Será que é por conta do prefácio? “Brincadeira”, responde imediatamente. “Conheço o Lula desde que eu era moleque, adoro o sujeito! Estou torcendo muito para o governo dele e fazendo minha parte para melhorar o Brasil”. Entretanto, nem isso salva a autoridade máxima da Nação, afinal já saíram “umas charges com ele, sim. Dei umas cutucadas. Mas foi de leve”.


Como o papo seguiu outras proporções e a sua revista favorita está sempre antenada com o que acontece ao nosso redor, será que o roqueiro/cartunista sofreu preconceito algum dia? “Primeiro lugar, parabéns para a Valhalla! Acho excelente quando revistas de Rock abordam assuntos de conteúdo político e social”, nos joga confetes Baraldi, se referindo às reportagens sobre o assunto publicadas nas edições 17, 18 e 19. “Roqueiro não é alienado”, continua o autor, “é um público com senso crítico que não vai atrás de modismos vulgares e passageiros. Ninguém nunca me encheu o saco por ser roqueiro, pelo contrário, eu sempre fui o tipo boa-praça que se dá bem com todo mundo. Além disso, eu tenho 1,85 de altura, o que ajuda”, termina.

Para os “risos finais”, como diz nosso entrevistado, os próximos projetos: “Agora estou divulgando o livro do Roko, indo em TV, rádio, essas coisas. Ano que vem vou lançar o segundo volume, assim que esgotar esse primeiro, por isso, leitores, comprem meu livro!” Ah, sim, Baraldi também envia um recadinho para nosso editor: “Estou pensando em desenhar para a Valhalla também, manda o Eliton preparar um contrato milionário aí para eu assinar!

 Bibliografia: ConstruRINDO o Sindicato (96), A Fórmula do Riso (98), Cidadania: Eu Quero uma pra Viver! (01), Todas as Cores do Humor (02), Moro Num País Tropicaos (02), Roko-Loko e Adrina-Lina (03)

 

domingo, 3 de dezembro de 2023

TERMINOU: KISS, a dinastia do rock

 

FOTO: Divulgação

Dark strong ale

A banda estadunidense de hard rock Kiss fez seu último show - caso não mudem de ideia pela segunda vez - nessa sexta-feira, dia 2 de dezembro, no Madison Square Garden, em Nova Yorque, onde tudo começou. Se bem que a partir de agora vão adotar o formato avatar... Não é segredo para ninguém o quanto sou fã do quarteto. Tem matérias aqui no blog SP&BC, no canal do Youtube e outras mídias ao longo da minha carreira.

Mas uma é muito especial. Trata-se do que você vai ler a seguir. Já é sabido que estou disponibilizando todos os meus trabalhos do período em que fui colaborador da Revista Valhalla (2003-2007). Na primeira edição em que meu nome apareceu nos créditos, a #21, havia essa Biografia sobre os mascarados de NYC.

É um trabalho que me dá tanto orgulho que por isso escolhi uma Dark Strong Ale para acompanhar enquanto o releio junto com você - sim, não mexi uma vírgula sequer para não perder nenhuma característica, mesmo que "datada". Sobre a cerveja, bem, é a minha favorita, altíssimo teor alcoólico, 10%, uma bebida elegante para uma ocasião idem.

A Bio foi uma seção da Valhalla Metal Magazine - tempos depois passaria a se denominar Rock Hard/Valhalla - e foi dividido em duas edições, o que também estou fazendo aqui. Significa então que a segunda vai obedecer a ordem cronológica de textos  imposta ao projeto. Naturalmente precisaria de uma terceira parte para completar essa carreira - aqui cobre-se "apenas" as três primeiras décadas, mas dependendo da aceitação posso atualizar.

Antes de iniciar, vale dizer que na Amazon você encontra muito material de hard rock, inclusive tem uma listinha com CDs até R$ 50. Clica aqui e dá uma conferida. Boa leitura, saúde!!

 

KISS: 30 anos de sexo, Rock’N’Roll e muito mais

Texto: Vagner Aguiar

Responda depressa: Quantas bandas você pode enumerar com 30 anos de existência e ainda na ativa? Difícil, certo? Daí a conclusão de que não é fácil aguentar firme três décadas na batalha. Dessa forma, nada mais justo que um desses representantes ganhe um espaço nesta seção digno de sua importância, ou seja, a “Biografia” do Kiss ocupando duas edições da sua revista favorita. E a primeira parte você acompanha a partir de agora.

Quero ser rockstar!

Haifa, Israel, 25 de agosto de 1949. Local e data do nascimento de Chaim Witz, filho de mãe húngara vinda de um campo de concentração nazista e pai carpinteiro. Nove anos mais tarde, esse então garoto muda-se juntamente com sua mãe divorciada para os Estados Unidos, onde é rebatizado, atendo a partir daí como Eugene Klein, futuro Gene Simmons.

Fã de história em quadrinhos, desenhos animados e filmes de gêneros como terror e ficção científica, ao presenciar os Beatles na TV, em 1964, decide-se pela profissão de músico, apesar de ter-se formado como professor de línguas, pouco depois. Na luta por uma banda, conhece Steve Coronel. Tornam-se parceiros. Coronel conhecia um guitarrista que acreditava ser a pessoa ideal a ocupar o posto que faltava. Porém o baixista Klein e o futuro guitarrista, Stanley Harvey Eisen (20/1/52), mais adiante Paul Stanley, se estranharam duas vezes antes de toparem trabalhar juntos.

A matéria em duas páginas da revista

O primeiro nome escolhido foi Rainbow, no fim de 1970. Entretanto, logo mudam para Wicked Lester. Sob este último epíteto, gravam uma demo que despertou o interesse da Epic em vê-los ao vivo. Esse contato serviu apenas para os chefões do selo pedirem a cabeça de Coronel por achar que seu visual não combinava.

Diz a lenda que, em maio do mesmo ano, a dupla central viu um show do pré-Punk/Glitter New York Dolls, o que norteou todo o conceito da maquiagem. A inspiração para isso também veio de todo o restante dessa mesma onda Glitter, T-Rex, Alice Cooper e outros, além do que Simmons costumava ler/assistir quando menino. Outra lenda reza que Gene foi influenciado pelos Secos & Molhados nas “make up”.

Numa edição de abril de 1972 da revista Rolling Stone, Peter Criscoula (20/12/1947), mais tarde Peter Criss, anuncia algo mais ou menos assim: “Baterista com 11 anos de experiência procura banda disposta a qualquer coisa pelo sucesso”. Mediante tal entusiasmo, Simmons e Stanley convidam o músico para fazer um teste, no qual é aprovado.

Com a banda já completa partem para mostrar novas músicas para a Epic. Nesse início, não tocavam covers, já que, segundo Stanley, para a MTV, como não tinham “dinheiro para comprar discos o jeito era compor músicas. ‘Firehouse’, por exemplo, foi baseada em ‘Fire Brigade’, do inglês The Move, por tê-la ouvido”. Material recusado.

O trio tinha a consciência de que precisava de uma guitarra solo, assim, através de anúncios, marcam uma audição para janeiro de 1973 quando surge uma legião de aspirantes ao cargo. Bob Kulick estava quase aceito, só que o visual – de novo – não ajudava. Paul Daniel Frehley (27/4/51) entrou atrasado já ligando sua guitarra no amplificador. Para que os testes ficassem completos, o trio tocaria “Deuce”, composta pelo baixista, onde Frehley teria que encaixar um solo. Moleza! O emprego era dele, precisando apenas mudar de nome devido haver outro Paul no grupo. Identicamente fácil, só usar um apelido de infância: Ace.

Desse modo se formou a primeira encarnação do Kiss, nome sugerido por Stanley. Nada a ver com Garotos A Serviço De Satã, como foi divulgado no Brasil nos anos 80, era “beijo” mesmo. Ace Frehley, chegado em artes, desenhou o logotipo.

A estréia em palcos ocorreu no Coventry, na cidade natal Nova Iorque, em três datas, de 30 de janeiro a 1o de fevereiro. Menos de cinco pessoas testemunharam cada apresentação dessas. Neil Bogart, dono do então novíssimo selo Casablanca, recebe uma demo do igualmente então novo conjunto. Impressionado, vai assisti-los de perto em agosto de 1973. Garantidos por uma gravadora, a hora de registrar o tão sonhado LP chegava.

Gravado em NYC, em outubro do mesmo ano e lançado em fevereiro de 1974, Kiss já abre com uma composição da dupla Stanley/Simmons: a clássica “Strutter”. Outras poderosas: “Firehouse”, “Cold Gin”, “Deuce” e Black Diamond”. O álbum vendeu devagar, não sendo nenhum estardalhaço, mas até que foi bem ficando entre os 100 da parada.

A foto da capa – uma leve troca de posição e a escandalosa influência de With The Beatles, dos Fab Four – apesar de trazer as quatro caras pintadas mais manjadas da história do Rock com seus respectivos personagens, mostrava que Gene (Demon), além de estar “guardando sua língua” para mais tarde, teria alguns retoques a fazer e que Peter (o Gato, por acreditar ter sete vidas), que somente dessa vez usou um maquiador profissional – eles mesmos cuidam disso –, ficou, digamos, bem diferente da forma conhecida. Paul (Starchild, a estrela no olho fazia referencia ao seu desejo pelo sucesso) e Ace (Space-Ace, o homem que veio do espaço) já possuíam seus traços definidos.

No mesmo mês de fevereiro ocorre o primeiro show fora de Nova Iorque, em Edmonton, Alberta. Por falar em show do Kiss, algo além da música, que sempre é alta, pesada e enérgica. Explosões, bateria levitando, Gene cuspindo fogo e queimando o cabelo várias vezes até acertar o truque, além de vomitar sangue, a guitarra de Ace soltando fumaça enquanto que a de Paul era quebrada no fim do set: isso era uma apresentação do quarteto. Ninguém ousava tanto.

Com a idéia de que poderiam melhorar partem para Los Angeles a fim de gravar o sucessor do debut. Hotter Than Hell chega ao mercado em outubro do mesmo ano. O que mais chama a atenção é uma parceria entre Simmons/Coronel, na faixa “Goin’ Blind”, a primeira quase balada da banda. Registro de clássicos: “Got To Choose”, “Parasite”, “Watchin’ You” e “Let Me Go, Rock’N’Roll”.

A capa indicava algo como “já conquistamos o Japão”, o que não era certo ainda. Os números mostravam uma certa melhora nas vendas, porém nada de alarmante. Mas os shows começavam a lotar, espalhando a fama rapidamente.

Capas das #21 (frente) e #22

Agora vai…

A turnê da estréia emendou com a do segundo trabalho. O dono da Casablanca resolve tomar as rédeas e interrompe a “Hotter Than Hell Tour”, achando que devido a alguns singles se tornarem hits nas rádios, o momento de gravar o terceiro álbum era aquele. Apenas um ano após o LP auto-intitulado, a banda se encontrava num estúdio nova-iorquino novamente. O patrão Bogart, responsável direto por alguns sucessos de outros nomes, assume a produção e “sugere” um hino aos quatro. Stanley: “O presidente de nossa gravadora disse que precisávamos de uma música que expressasse nossa filosofia, que deixasse a galera louca e com a qual ela pudesse se identificar. Eu tive a idéia do refrão ‘I wanna rock’n’roll all night and party everday’ e o Gene fez o resto. Foi assim que ela surgiu”. O hino em questão é “Rock’N’Roll All Nite”.

O mercado conheceria Dressed To Kill em 19 de março de 1975, lançado num show em North Hamptom, na Pensilvânia. Na bolacha, temas dos tempos de Wicked Lester: “She”, escrita por Simmons/Coronel e “Love Her I Can”, composta por Paul. Outros clássicos são “Rock Bottom” e “C’mon And Love Me”. Na foto da capa, feita por Bob Gruen, que já havia dirigido o vídeo “Looking For A Kiss”, dos New York Dolls, os quatro trajando ternos. Beatles na cabeça. Claro que as botas plataforma estavam lá. Já que citamos “vídeo”, o conjunto ganhou o direito de fazer seu primeiro clipe, claro, da sua mais famosa cria, “Rock’N’Roll All Nite”, extraído de um concerto.

As vendas, apesar de aumentarem um pouco, ainda não seriam uma coisa, digamos, extraordinária, porém os shows sempre lotavam. Partindo deste raciocínio, não seria difícil supor que o estouro poderia vir de um álbum ao vivo. Alive! estréia na praça em setembro de 1975 e vende como pipoca em sessão de cinema, por volta de nove milhões de cópias. Alcança a nona posição na parada da Billboard, especializada em paradas, sendo o primeiro Top Ten! É deste duplo a versão imortalizada de “Rock’N’Roll All Nite” que você ouve em quase todas as coletâneas, afinal, o single chegou ao topo das paradas no começo do ano seguinte. Para a produção foi contratado Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Led Zeppelin). Há, aqui, acusação de uso de overdubs.

A agenda sempre lotada tomou os Estados Unidos de assalto de uma vez por todas. No final do ano, o selo editou uma caixa contendo os três discos de estúdio intitulada The Originals.

Depois da consagração, a tarefa mais difícil é se manter no alto. Sem problemas, pois o LP seguinte, Destroyer, com algumas “experimentações”, lançado em março de 1976, é um dos mais importantes álbuns, senão o mais, da banda até hoje. Novamente o produtor foi trocado e Bob Ezrin (Alice Cooper) assumiu. Ele até co-escreveu alguns dos clássicos: “Detroit Rock City”, “King Of The Night Time World”, “Shout It Out Loud”, “Beth” e “Do You Love Me”, além de “Great Expectations” e “Flaming Youth”.

Outro marco alcançado com esse disco foi estrear seu concerto fora do país de origem. Isso ocorreu na Inglaterra, em Manchester, dia 13 de maio. Uma apresentação obrigatória foi no famoso Hammersmith Odeon, em Londres, dias 15 e 16. A turnê ainda percorreu Alemanha, França, Holanda, Suécia e Suíça antes de retornar à terra do Tio Sam.

A balada “Beth”, de Peter Criss, atinge o sétimo lugar nas paradas com um milhão de cópias vendidas. É o primeiro single do grupo a ganhar disco de ouro. A banda atinge a popularidade máxima. A força do Kiss Army, o Exército do Kiss, como são chamados os fãs do quarteto, aumentava consideravelmente. Segundo os músicos, o “exército” é devido à fidelidade, facilmente observável até hoje.

Mas, mesmo Destroyer sendo um sucesso absoluto – tempos depois ganharia a platina – o grupo decide voltar à formula antiga no novo trabalho. Rock And Roll Over, editado em 11 de novembro de 1976, vende um milhão de cópias, o que significa o primeiro disco de platina. O single “Hard Luck Woman” atinge a 11ª posição nos charts. Nesse clipe, Criss é o que mais aparece, aliás, pode-se dizer que somente ele aparece. Eddie Kramer volta à produção. Outros clássicos: “I Want You”, “Calling Dr. Love” e “Making Love”.

Como curiosidade, vale o registro que Lester Bangs, um dos maiores jornalistas ligados ao Rock do mundo em todos os tempos, meio que dando uma de profeta, classificou o álbum como “grunge” devido a faixas como “I Want You” e “Making Love”. Esse disco levou a banda pela primeira vez ao Japão. O giro por aqueles lados começou com duas datas em Osaka, 24 e 25 de março de 1977, e encerrou-se com mais quatro na capital Tóquio. Recordes de público foram batidos.

A rotina não cessava e em 30 de junho de 1977 Love Gun chega às lojas contendo preciosidades como o tema-título, “I Stole Your Love”, “Christine Sixteen” e “Plaster Caster”, além de “Shock Me” marcar a estréia de Frehley nos vocais. Com este trampo, a banda chega ao quarto lugar nas paradas, recorde que durou 20 anos.

A concepção do show da “Love Gun Tour” fora muito importante, como veremos mais adiante. A turnê percorreu boa parte dos Estados Unidos e alguns lugares do Canadá, o que significou uma união de turnês natural, já que em novembro nascia Alive II. Este segundo duplo ao vivo trazia cinco músicas inéditas no lado “B” do disco dois.

A parte que dá nome ao trabalho foi gravada em três datas, de 26 a 28 de abril do mesmo 1977, no Forum de Los Angeles. Porém, “Beth” foi extraída de uma apresentação no Japão. Mais duas acusações: overdubs e a primeira vez que um dos próprios integrantes não grava. Não se sabe por que, mas Ace, segundo consta, tocou apenas em “Rocket Ride”, composta por ele, ficando a cargo de Bob Kulick o restante da parte de estúdio.

O semestre inicial de 1978 agendou mais cinco concertos em Tóquio, de 28 de março a 2 de abril, encerrando as apresentações daquele ano. Nessa época, editam o debut em coletânea, Double Platinum, obviamente comemorando a platina dupla conseguida com os oito álbuns anteriores.

Apesar de todo o sucesso, o clima entre o quarteto não era dos melhores. Devido a desavenças, surge a decisão inusitada de lançar quatro trabalhos solos, ou seja, cada membro gravaria suas músicas, da forma e com quem quisessem e com o respaldo do nome Kiss grafado na capa. Esse projeto conheceu o mundo em outubro e entre os músicos convidados, Kulick tocou no de Stanley e Anton Fig (D) no de Frehley. Musicalmente, Ace se saiu melhor – dos quatro singles lançados, um de cada disco, “New York Groove”, do guitarrista obteve melhores resultados –, mas Simmons vendeu mais LPs. Por sinal, juntos eles venderam cinco milhões de cópias. Quase no fim do ano, a Casablanca editou The Best Of The Solo Albuns.

No mesmo ano, saiu a estréia cinematográfica Kiss Meets The Phantom Of The Park. Feito para a TV, o filme eleva os mascarados à condição de super-heróis para enfrentar um vilão cientista que justamente quer substitui-los por réplicas. Outro episódio além da música foi o lançamento da revista em quadrinhos da banda, onde a tinta vermelha usada foi misturada com o sangue dos quatro.

Como se os problemas internos não bastassem, a gravadora insiste numa atualização no som. No meio da onda Disco, sai Dynasty, no ano seguinte. “I Was Made For Loving You”, trilha da película Amor Sem Fim, é um claro exemplo dessa “influência”. O single é o primeiro a atingir o topo das paradas na Europa. No clipe, a guitarra de Frehley mais parece um globo de luz. Boatos dão conta de que Fig gravou algo.

FOTO: VA - Eric Singer

Resultado inédito: a turnê, iniciada em 15 de junho, em Lakeland, na Flórida, dá prejuízo. As apresentações continuam nos Estados Unidos até o fim do ano.

A música comercial ainda ditava a sonoridade do grupo. A próxima bolacha, Unmasked, de junho de 1980, também insinuava que algo iria mudar, afinal a capa mostrava uma história para desmascarar o Kiss, relacionada com o título do LP. Desta vez, Fig grava todas as partes de bateria, porque Peter já estava fora da banda, mas por questões de contrato, o Homem Gato aparece no encarte. Anos mais tarde, numa Kiss Convention, o baterista disse que o problema começou já em 1978 e o dinheiro que ganharam ajudou na falência da formação original.

Voltando ao disco, Kulick ajuda a compor “Naked City”. Para lembrar, “Shandi”. As vendas caem, entretanto continuam num patamar de respeito. Prova de fidelidade dos fãs.

Como Anton Fig era um músico de estúdio, o conjunto decide contratar um novo baterista. Paul Charles Caravelo (12/7/50) fica sabendo através de um amigo que o Kiss precisava de alguém para ocupar o banquinho no lugar de Criss. Teve pouco tempo para juntar todo o material que precisava. Por sorte conseguiu entregar no prazo e assim que entrou no estúdio, em junho de 1980, para o teste, pediu autógrafos. “Poderia não vê-los mais”, justificou. Nesta audição, sua tarefa foi executar “Black Diamond”, “Strutter”, “Detroit Rock City”, “Firehouse” e “Is That You”. Não demorou e seu telefone tocou confirmando sua contratação.

O próximo passo era escolher uma “nova cara” e um outro nome. Eric Carr teve sua primeira maquiagem, de Falcão, recusada. Optou então pela Raposa. “Sou muito esperto”, explicou na época.

A estréia do novo integrante nos palcos ocorre no Palladium, em Nova Iorque, em 25 de julho. Depois da Europa, era a vez do Novíssimo Mundo ver o Kiss ao vivo, com datas na Austrália e na Nova Zelândia fechando a “Unmasked Tour”. Por sinal, a Nova Zelândia, em 30 de dezembro, seria o palco do derradeiro show de Frehley com o Kiss.

Os tempos estavam difíceis e o jeito foi dar uma pequena pausa para compor um novo trabalho. As mudanças continuavam e agora seria na forma de um álbum conceitual, intitulado Music From The Elder, editado em novembro de 1981, versando sobre um menino escolhido para lutar contra as forças do mal. A recepção foi tão ruim que nem turnê para divulgá-lo foi agendada. Até hoje é o único título a não conseguir disco de ouro.

O debut de Eric Carr em estúdio contou com a colaboração de Loud Reed (ex-Velvet Underground) na composição de três faixas: “Dark Light”, “Mr. Blackwell” e a mais famosa “A World Without Heroes”, cujo clipe mostra Simmons, The Demon, derramando uma lágrima. O papo de que é um bom álbum, mas não um do Kiss é repetido até hoje pelos responsáveis pela obra.

Na esperança de manter o nome, digamos, num bom patamar, porém sem material novo suficiente para um full lenght, o jeito é apelar para mais uma coletânea. Killers, na praça em maio de 1982, trazia curiosidades. Começando pela capa, a alteração dos “SS” do logotipo para não parecer nazista – a compilação não foi lançada nos EUA. Os quatro temas inéditos não contaram com o instrumento de Frehley e sim o de Kulick. Assim ficava claro que Ace já não mais se entendia com Stanley e Simmons.

Dois meses mais tarde o grupo entra em estúdio para gravar o novo trabalho Creatures Of The Night. As partes que caberiam a Frehley foram divididas entre Bob e Vincent Cusano (6/8/52), mas a participação de nenhum dos dois está creditada. Com relação à composição das músicas, Cusano co-escreveu “Killer”, a clássica “I Still Love You” e a ultraclássica “I Love It Loud”.

Em Creatures..., no mercado a partir de 10 de outubro de 1982, a sonoridade trazia mais mudanças, sendo agora mais pesada. Apesar de não estar mais na banda, Ace Frehley ainda aparece na capa e no clipe de “I Love It Loud”. Por acaso alguém já percebeu que após o solo de Paul aparecem “do nada” dois cinegrafistas? Na contracapa, uma homenagem a Neil Bogart morto naquele ano. Problemas de imagem fizeram com que o relançamento desse disco, em 1985, tivesse uma foto diferente na capa com Bruce Kulick, que ainda não estava no conjunto. Outros clássicos: “War Machine” e a faixa-título. Embora as vendas sendo boas, bem melhores que as dos dois anteriores, deixou a desejar.

Como Ace não voltou atrás, a solução foi efetivar Cusano, agora Vinnie Vincent. Stanley sugeriu a máscara de Vincent, a esfinge, um pouco diferente do estilo das anteriores. A turnê iniciou-se em 10 de dezembro em Dakota do Norte e percorreu EUA e Canadá até abril do ano subseqüente. Em junho, o Brasil tinha a oportunidade de vê-los ao vivo numa passagem marcante, em três datas. No Maracanã, dia 18, no Rio de Janeiro, o maior público da vida do Kiss: quase 250 mil pessoas. O próximo espetáculo foi no Mineirão, em Belo Horizonte, dia 23, e, finalmente, dia 25, no Morumbi, em São Paulo, o último show de cara pintada. Naquele concerto, outro fato histórico: somente dessa vez a banda repetiu uma música num set, pois os mais de 80 mil fãs se esgoelaram para pedir novamente “I Love It Loud”. Continua.