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segunda-feira, 15 de novembro de 2021

REVIEWS: Velha guarda mandando bem nas novidades



Tripel

A cerveja Tripel é originária do mosteiro trapista de Westmalle, a Belgian Tripel. Não à toa, é o estilo de breja mais fabricada no mundo vindo da Bélgica, país que, indiscutivelmente, produz as melhores bebidas do planeta. E aqui, no Vale do Itajaí, comercialmente conhecido como o Vale da Cerveja, há quem produza essa maravilha. 

Assim, encontramos alguns lançamentos que se enquadram nessa vibe de harmonização som/cerveja. Portanto, para falar dos novos de Iron Maiden, U.D.O., KK's Priest e Jaeder Menossi Interestelar Experience a escolhida foi uma Tripel, uma das minhas favoritas.

Iron Maiden - Senjutsu

The book of souls (2.015), o antecessor, era legal, mas o novo Senjutsu - que em japonês significa "tática e estratégia" - é realmente bom! Nada se comparado aos clássicos dos anos 1.980, naturalmente. É outra banda. Os caras já mudaram de direcionamento musical há muito tempo. Se bem que desde o início já era possível encontrar os sinais de prog que hoje representam praticamente 100% do som da Donzela.

De qualquer modo, por ser um nome consolidado no cenário mundial, espera muito do Iron Maiden. Então, é natural que o sarrafo seja colocado em uma altura alta. E quando essa barreira é ultrapassada, os fã ficam entusiasmados. É bem o caso.

Posso citar The Writing on the Wall, o primeiro single com direito a clipe, Days of Future Past e Hell on Earth como as faixas que saltam aos olhos em um primeiro momento, porém, mesmo longas (a mais curta tem 5 minutos e o CD é duplo), são faixas que formam um track list do qual no final nem percebemos que se passaram mais de 1h20. Excelente!

 

U.D.O. - Game over

Fala-se tanto de Udo Dirkschneider como ex-Accept que parece até que foi ontem mesmo que ele decidiu seguir carreira solo pela primeira vez, ainda na década de 1.980. No entanto, Game over já é o décimo sexto CD de U.D.O.

A sonoridade é a mesma de sempre, ou seja, aquele heavy metal tradicional, não muito diferente de sua antiga banda - por isso a citação anterior - só que é nas letras que a coisa muda de figura. Como exemplo, temos o tema sobre a venda de armas, sem controle, culminando em mais mortes e violência de Kings and guns. De modo geral, os assuntos são sempre nosso planeta, questões climáticas, enfim, boas reflexões.

Um bom trabalho que vai figurar certamente em muitas listas de melhores do ano. Olha aqui um nome que poderia muito bem estrear no Rock in Rio, não? SP&BC apoia essa ideia!


KK's Priest - Sermons of the sinner

Mais um novo lançamento do Judas Priest... Não, espera! Quase isso. Dois ex-integrantes do Padre inglês, o agora chefe KK Downing, que por lá tocou guitarra por várias décadas e o vocalista Tim "Ripper" Owens, que gravou Jugulator (1.997) e Domotion (2.001), resolveram apostar em uma nova banda e ao lado de Tony Newton, baixo, ex-Voodoo Six, Hostile AJ Mills, guitarra, e Sean Elg, baterista acabam de soltar o debut do KK's Priest,Sermons of the sinner.

Por figurar em SP&BC sabe-se que o álbum é acima da média. Sim, verdade. Há algumas faixas que grudam como chiclete e isso não é demérito algum, absolutamente. Porém, há de se apontar essa ideia de fazer um Judas Priest parte 2 mais modernos ainda. Por essas e outras que inúmeros fãs estão preguiçosos e não procuram por novidades, o que prejudica a cena.

Nada contra Downing e Ripper fazerem um som juntos, claro que não, mas precisava batizar o projeto com o epíteto Priest? Naturalmente, KK ajudou a forjar e criar o som do quinteto britânico, mas apenas atualizá-lo para a atualidade é "jogar para a galera". Em todo caso, só esquecer esse "porém" e curtir.


Jaeder Menossi Interestellar Experience - Idem

O guitarrista Jaeder Menossi (Javali) é um músico experiente com 30 anos de carreira e durante esse tempo todo já tocou ao lado de gente do calibre de Ivan e Andria Busic, Dr. Sin, nos tempos da banda Busic, e Paul Gilbert, do Mr. Big, entre outros.

Como havia algum material que não cabia em seu grupo, Menossi apostou em um trabalho solo e, sim, Jaeder Menossi Interestellar Experience é um disco autointitulado voltado ao seu instrumento. Entretanto, não pense em encontrar apenas exercícios e frituras das seis cordas, mas, sim, um trabalho conceitual.

Segundo o release, o "tema do álbum propõe uma viagem de 90 dias até Netuno em busca de um resgate de si mesmo, a partir de um acerto de contas definitivo com o passado". Complexo, mas vale a pena conferir. São belas harmonias, riffs e solos sem exageros e agradáveis.

O time que gravou o CD, que conta com uma capa instigante assinada pelo artista João Duarte e foi lançado pela Heavy Metal Rock, é, além de Menossi, composto por Rodrigo Barros, baixo e teclado, Jere Nery, vocal, e Loks Rasmussen, bateria, também do Javali.