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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Imago Mortis volta à ativa em grande estilo


Porter


Ah, o doom metal da melhor qualidade merece, sim, uma Porter. Pode experimentar! Aliás, não deixa de ser, também, uma forma de brindar o Imago Mortis, banda carioca que voltou à estrada depois de alguns anos inativa, e seu mais recente álbum, LSD.

A atual formação conta com Alex Voorhees, vocal, Daemon Ross, guitarra, Rafael Rassan, guitarra, Charles Soulz, teclado, Paulo Ricardo Silva, baixo, e André Delacroix, bateria. O show de lançamento do CD aconteceu no River Rock Festival, ocorrido em Indaial (SC), no início de setembro.



O guitarrista Daemon Ross bateu um papo com a equipe do Programa Lendas do Rock após a apresentação da banda e o resultado você confere a seguir.

Esse foi o primeiro show do disco novo LSD, certo?
Daemon Ross: Sim, hoje foi o primeiro show do LSD – Love, sex and death. Um CD que demorou quase tanto tempo quanto o Chinese Democracy (2.008) para sair. Gravei as guitarras desse disco há seis anos, não lembrava mais nenhuma música – não conta para ninguém (risos). Começamos a trabalhar nele por conta do River Rock e, então, esse acabou sendo o primeiro show da turnê. Este é um ano especial pra mim porque acabei lançando esse álbum e um outro com uma cantora americana, não sei se você conhece, Lether Lione, de uma banda chamada Chastain, dos anos 1.980 [N. do R.: Claro que conheço. O grupo de heavy metal Chastain fez um certo sucesso naquela década e segue na ativa]. Já fiz duas turnês com ela. Gravei o disco [solo] que saiu neste ano, o Lehter II,  sucessor do Schockwaves. Tenho dado muita sorte com esses trabalhos, tenho tocado com bons músicos, embora não seja um músico profissional que vive disso, pois sou professor universitário. Esse CD [da Leather] tem oito músicas minhas de um total de 11. Nesse do Imago Mortis há algumas contribuições minhas. Bem legal esse reconhecimento como compositor.

Esse trabalho também é conceitual?
Daemon: Sim. Ele conta a historia de um amor que começa e termina passando por todas as suas fases. Há um “que” do Vida (2.002). Cada música conta uma fase do amor, da descoberta, do amor romântico, a do let’s broke up, a do “eu não quero nunca te ver, te odeio”, enfim diversos tipos de amor. Não tem gênero definido, então, apesar de ser cantado por um homem não tem uma relação heterossexual entre os personagens principais. É aberta e geral. Esperamos que todos que leiam as letras se identifiquem passando o sentimento da música. É um disco de arte, não foi feito para vender milhões, não temos essa pretensão. É um bom recomeço. E temos um outro no forno... Serve para mostrar que temos continuidade, uma nova banda e ficar na estrada por muito tempo.

Esse hiato entre os álbuns tem haver com a parada?
Daemon: Os integrantes moram em diversos locais do Brasil, o Alex mora no Rio Grande do Sul, parte da banda mora em Macaé, no RJ, outra parte em uma região mais central da capital, então é muito difícil reunir os músicos. Porém a Internet ajudou muito e esse disco foi reconstruído recentemente a partir de um rascunho que tínhamos há seis anos quando fizemos as demos, mas faltou dinheiro para finalizá-lo, além de outras situações. O Alex insistiu em lançar para pelo menos colocar o material para fora e ver o que acontece e todos se animaram. Depois de hoje [N. do R.: River Rock Festival] acho que vamos continuar juntos para sempre, até que a morte nos separa (risos).

Com as plataformas digitais, downloads etc, ainda compensa editar o trabalho físico?
Daemon: Não compensa financeiramente porque o retorno das plataformas é muito irrelevante, já que é novo ainda. Não temos um nível de visualização muito grande, até por conta do hiato, então temos que nos provar novamente, cair na estrada, enfim, praticamente recomeçar como se fosse uma banda nova. Eu lancei um vinil, cara! Nós amamos esse negócio, é arte. Pensamos até em lançar uma música por vez nas plataformas até completar um disco e lançá-lo mais barato, talvez. Pensamos nisso, mas não fazemos música para ganhar dinheiro, não.

Próximo projeto?
Daemon: Vamos lançar em novembro o vídeo da banda, um clipe de animação de Black Window, uma música minha, uma das únicas laçadas como demo nesse hiato. Será feito por uma empresa do Rio de Janeiro, de um amigo meu. Vai ser  algo que nenhuma outra banda nacional fez. Para variar, é o Imago remando contra a corrente. Somos totalmente anticomerciais.

Por onde vai passar a turnê?
Daemon: Temos alguns contatos lá fora, até por conta de eu ter tocado com a Lether, porém por eu não viver de música, ter outra profissão, diferente do restante que é músico profissional, meu calendário é um pouco diferente, já que tenho que estar de férias para poder fazer algo assim. Mas queremos fazer nosso país primeiro e, claro, depende muito do feedback, de quem viu a banda, de apoiar e pedir a banda