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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Cerveja roqueira, uma nova maneira de beber curtindo música



AB: "Não bebam cervejas pseudo artesanais" (FOTOS: Divulgação)

Mercado artesanal sofre injusta concorrência devido à tributação, segundo Bazzo


A proposta do blog é unir rock e cerveja, ou seja, curtir um bom som apreciando uma boa breja. Então nada mais natural que este mergulhe na cultura cervejeira para que a união desses mundos fique cada vez mais facilitada para o amigo que acompanha o SP&BC. Não por acaso, já existem várias brejas com rótulos de bandas roqueiras. E isso acontece desde 2.010, aproximadamente.

Dessa maneira, nada melhor que um sommelier para falar sobre o assunto. O mestre em estilos de cerveja Alexandre Bazzo, também proprietário da cervejaria artesanal Bamberg, situada em Votorantim, a cerca de 100 km de São Paulo, nos conta um pouco de uma maneira geral sobre a bebida mais amada do mundo e, claro, aquelas em que as bandas de rock estampam os rótulos.

A empresa iniciou as atividades no final de 2.005 e foi batizada com o nome da cidade alemã que forneceu o primeiro malte para o início dos trabalhos. Além dos rótulos roqueiros, a Bamberg produz outros sete tipos da bebida.

SOM PESADO & BOA CERVEJA - Certa vez em um anúncio de emprego da Bamberg, chamou a atenção uma das exigências ser que a pessoa gostasse de rock. Até que ponto esse estilo de música é fundamental em sua empresa?

Alexandre Bazzo - (risos) Era uma brincadeira no anúncio da vaga, mas garanto que quem escutava outros estilos musicais, depois que começou a trabalhar aqui, passou a curtir rock. O rock sempre vence no final (mais risos).


SP&BC - Quando começou esse lance comercial de colocar banda no rótulo de cerveja? Qual sua inspiração? Sabe qual foi a primeira banda no mundo a fazer isso?

Bazzo - Foi natural. A Bamberg sempre seguiu a ideologia punk, do faça você mesmo, de contestar a mesmice, de fazer o diferente. Em paralelo a isso, já conhecia o Sady, batera do Nenhum de Nós e grande estudioso de cerveja [N. do R. Sady Homrick é também colunista de revista sobre o assunto], e em uma conversa surgiu a ideia de homenagear a música Camila, Camila. Começamos a desenvolver o projeto, mas quando estava quase pronta a cerveja, o Paulo Xisto veio aqui na cervejaria e queria retomar a do Sepultura, que eles tinham feito anteriormente em outra cervejaria e esta havia fechado. O Paulo mesmo escolheu o estilo, Weizenbier. Daí lançamos meio que juntas a Bamberg Camila Camila e a Sepultura Weizen.

Através do Sepultura os caras do Raimundos chegaram até nós. Mais tarde o Sady me apresentou ao [baterista] João Barone [do Paralamas do Sucesso] e fizemos a cerveja deles. 
Depois conheci o Badauí num show em que realizaram aqui em Votorantim e também fizemos a cerveja CPM 22.
Para fazer a cerveja converso bastante com a banda, o que eles imaginam, o que eles querem passar para o público com o produto, daí tento encaixar essa história em algum estilo de cerveja, mas todas bandas estão totalmente envolvidas com o processo de escolha do estilo, rótulo, divulgação, etc.
Provavelmente a primeira banda no mundo a fazer cerveja foi o Sepultura, mais uma vez eles foram pioneiros.

SP&BC - Vocês produzem brejas com rótulos para as bandas Paralamas do Sucesso, Nenhum de Nós, Raimundos, CPM 22 e Sepultura, sendo este em dois tipos. Há intenção de convidar outras bandas?
Bazzo - Como contei um pouco acima, a cervejaria já usava uma linguagem rock'n'roll e eles que chegavam até nós pra propor essa parceria. Como sou fã do trabalho de todos não tinha dúvida, topava na hora.
Estamos sempre abertos para outras bandas, só fazemos cervejas de bandas que acredito no trabalho, na mensagem que eles passam e que toquem rock'n'roll. Hoje temos uma dificuldade maior, pois nossa produção está no limite, então tive que recusar excelentes bandas por conta disso.

SP&BC - Dessas, qual é a campeã de vendas?
Bazzo - Todas vendem quase que quantidades iguais, não existe uma campeã.

SP&BC Como funciona, em termos de negócios, essa parceria. As bandas recebem alguma porcentagem sobre vendas?
Bazzo - Algumas optam por receber uma porcentagem, outras não. Na verdade, claro que é um negócio tanto pra nós quanto pra eles, porém nós, a cervejaria e as bandas, entendemos que é mais uma forma de divulgar ambas as marcas do que retorno financeiro, se eu depender da banda pra fazer dinheiro, ou se a banda depender da cerveja pra fazer dinheiro algo está errado. Eu tenho que fazer grana vendendo cerveja e eles músicas. A cerveja pra eles é uma diversão e a música pra mim é uma diversão.

SP&BC - Sobre os tipos, como são feitas as escolhas para os rótulos roqueiros?
Bazzo - A principal coisa é: eles tem que gostar da cerveja deles. Daí antes da elaboração da receita conversamos sobre estilos, algumas vezes degustamos algo para entender melhor. Sempre tem um na banda que já é mais avançado sobre cerveja, então tento encaixar a bebida com a história que queremos contar.

SP&BC - As brejas de grupos não são tipos exclusivos, certo? Por exemplo, um dos tipos do Sepultura é a Weiss, mas a Bamberg tem outro rótulo desse tipo. O líquido é o mesmo ou apresenta diferença?
Bazzo - Algumas vezes é a mesma cerveja nossa com o rótulo da banda, mas a maioria das vezes são receitas exclusivas para o grupo.

SP&BC - Quem não gosta de rock também compra as brejas de bandas? E ao contrário, pessoas adeptas à cultura cervejeira adquirem essas garrafas?
Bazzo - Essa é a brincadeira. Fazer com que uma pessoa que nunca escutou o som pesado do Sepultura, chegue até o quarteto através da cerveja e quem sabe, chega ao som depois. Ou um cara que não bebe cerveja, mas é fã da banda e começa a beber cerveja boa, por causa do grupo. É claro que tem casos de restaurantes ou pessoas que dizem não comprar essa porque não quer vincular com a banda, mas é raro isso.

SP&BC - Roqueiros estão mudando seu hábito e partindo para as artesanais? Caso positivo, isso se deve, principalmente, devido a ver suas bandas favoritas nos rótulos?
Bazzo - Não tenho dúvida: a cerveja artesanal é a cerveja do rock'n'roll! Nosso público é totalmente rock'n'roll, acredito que não seja apenas por causa das bandas, mas no caso da Bamberg, temos a essência punk/rock'n'roll, é natural isso. Não estamos no mainstream, não fazemos o que todo mundo faz, temos atitude, somos independente, acho que isso ajudou até as bandas se identificarem conosco.
AB: "Nosso público é rock'n'roll"

SP&BC - Conhece outro estilo de música que se aventura em estampar um rótulo que não seja rock?
Bazzo - Não conheço, mas deveria ter; se a cervejaria tem uma identidade sertaneja ou [de] samba, manda bala. Nada contra outros estilos de musicas, desde que seja verdadeiro o projeto.

SP&BC - Sobre o evento Bebo Socialmente. Como surgiu a ideia e como funciona? A intenção é inteiramente institucional? E a escolha das bandas?
Bazzo - A ideia era trazer a comunidade local para beber, comer e se divertir com preços justos. Não concordo com a moda na cerveja artesanal de supervalorização, de preços absurdos, não praticamos isso. Daí o Bebo... acontece na rua, não paga para entrar, vendemos chopes com preços baratos e comidas de 5 a 25 reais. Não cobramos cover artístico e todos são bem vindos. Os espaços de comidas e bandas são sempre para empresas, famílias daqui da região [de Votorantim/SP].
Faz dois anos e meio do evento [sic] e ele ganhou uma proporção muito grande; estamos atraindo turistas, promovendo o comércio local, provendo cultura e entretenimento de alta qualidade.
As bandas sou eu quem escolho. O único critério que uso é eu gostar do som, priorizamos bandas autorais; e tem que ser rock'n'roll, quanto mais pesado melhor.

SP&BC - Vocês já ganharam diversos prêmios, inclusive com as cervejas roqueiras. Qual o mais significativo?
Bazzo - São mais de 160 prêmios internacionais, não tem como escolher um significativo, são vários muito importantes e nunca imaginaria que conseguiríamos chegar a ganhar esses prêmios.

SP&BC - Senti falta da Bamberg no Festival Brasileiro de Cerveja, em Blumenau (SC), deste ano. Por que não participaram?
Bazzo - Financeiramente para nós o FBC sai muito caro. Além disso, iríamos com uma equipe daqui da fábrica, o que também prejudica toda nossa rotina interna.

SP&BC - Ainda é muito difícil mostrar para o consumidor que beber menos, mas melhor é bom até para saúde ou o preço é uma barreira enorme?
Bazzo - O consumidor mudou muito de quando começamos. Vivemos um momento fantástico da cerveja artesanal no mundo, o problema maior hoje é o preço, principalmente o overprice [N. do R.: algo como majoração do preços com análise do poder aquisitivo], apenas como marketing.

SP&BC - Quais os desafios das artesanais perante as industriais, mesmo o mercado já mudando bastante?
Bazzo - O principal problema nosso é não ter igualdade de competição com as grandes cervejarias. Nós pagamos 70% de imposto, enquanto as grandes cervejarias pagam 20%. Não queremos privilégios, apenas igualdade de competição.
Outro ponto importante, algumas grandes cervejarias estão comprando as pequenas e tentando barrar o crescimento das artesanais, com isso eles usam táticas de mercado não éticas e tentam confundir a cabeça do consumidor. Por isso, não bebam cervejas pseudo artesanais que fazem parte de grandes corporações.

SP&BC - A compra da Brasil Kirin pela Heineken, que vai acabar entrando no mercado artesanal com a Eisenbahn e a Baden Baden, preocupa?
Bazzo - Não, eles já tinham força com a Schin, depois Kirin; a Heineken não tem histórico de comportamento ruim com seus concorrentes.

SP&BC - Tem algum recado sobre a cultura cervejeira que gostaria de deixar?
Bazzo - Beba cerveja de cervejaria independente, brasileira. Divirta-se bebendo cerveja.

SP&BC - Vou colocar 5 bandas e gostaria que você dissesse quais tipos de cerveja você imagina que combinaria para produzir...
Bazzo - Eu teria que entender o que as bandas esperam do estilo da cerveja deles, se eles querem que combine com a historia da banda, ou com uma música, ou se querem que agrade o máximo de gente possível, ou se querem fazer algo que eles gostem de beber, ou se não querem nada disso e querem que  eu escolha sozinho.

domingo, 23 de julho de 2017

Play list Som Pesado programas 3 e 4

Banda de Campinas (SP)

Programa ganha página no Facebook


Mais uma semana de Som Pesado na Rádio Página 2. Para quem não ouviu os programas de números 3, no dia 20, e 4, 21, segue a play list logo abaixo. A próxima oportunidade para curtir a programação hard/heavy feita no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, será quinta às 21 horas. E, claro, na sexta-feira, a segunda edição da semana que é a união deste blog com o programa de rádio.

Por falar em cerveja e rock, vale o registro da ouvinte Silmara Aguiar, técnica em harmonização de cerveja por mensagem no programa de sexta: "Rock é mais que um som, é um estilo de vida. O rock influenciou a moda, a linguagem e as atitudes. Roqueiros amam a força da guitarra e o ritmo acelerado. Este estilo pede cervejas de força e personalidade: American IPA, cervejas com aromas intensos de lúpulos cítricos e amargor em destaque".



Quinta - dia 20/07/2017 - Programa 3
The Darkness - I believe in a thing called love
Hammerfall - Renegade
Dr. Sin - Saturday night
Vince Neil - Fine, fine wine
Mercury Tide - Why
Demons And Wizards - Path of glory
Roberto Carlos - Amigo
Stratovarius - A million light years away
Hellish War - Metal Forever
Children Of Bodom - Oops! I did it again...
Judas Priest - Painkiller
Mad Dragzter - Almighty
Alice Cooper - Paranoiac personality
Tesla - Into the now
Ania - The Beast Within
Ratos de Porão - Beber até  morrer
MC5 - Kick out the jams
Rage - I'm crucified
Saxon - Dragon's lair
Heavens Gate - Mastermind
Mercyful Fate - Curse of the pharaohs

Sexta - dia 21/07/2017 - Programa 4
Thalion acabou, mas foi lembrado na edição de sexta. Foto EM
UFO - The wild one
Masterplan - Enlighten Me
Thalion - The encounter
Warrant   Cherry Pie
Tuatha de Danan - Fingaforn
Voodoo Hill - Dying to live
Marilyn Manson - Sweet Dreams (Are Made Of This)
After Forever - Sins of Idealism
Crystal Ball - Hellvetia
Pavilhão 9 - Tudo por Dinheiro
Monster Magnet - Monolithic
At Vance - The evil in you
Pantera - Walk
Fear Factory - Slave Labour
Soulfly - Prophecy
Frost - Fight Fire With Fire
Atendendo a pedidos: Soundgarden, Angra e Sepultura

terça-feira, 18 de julho de 2017

Agenda: região de Timbó (SC)

Bock


Continuando com a agenda, agora mais focado na minha região, e claro, com uma cerveja que é típico de tempos gelados como estamos vivendo - uma Bock -, vou alertar para o 5º Rock na Praça, em Rodeio (SC), a 45 km de Blumenau.

O evento ocorre dia 23 de julho na Praça dos Expedicionários a partir das 15 horas. Apresentam-se a local Usufruto, Red Joker, de Indaial, e o Rage Against the Machine Cover, de Blumenau.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Agenda: Satriani toda de graça em São Paulo

Show de qualidade gratuito merece divulgação

Ipa


O guitarrista Joe Satriani se apresenta em São Paulo, dia 6 de agosto, no Auditório do Ibirapuera, no Samsung Best of Blues. O evento é gratuito.

O SBOB é o mesmo que já trouxe ao país Ricchie Sambora, Buddy Guy e Jeff Beck entre outros. Esse show faz parte da turnê do disco Shockwave Supernova. A abertura está a cargo do bluesman Artur Menezes.

O jeito é separar aquela Ipa para garantir esse evento de gala da música instrumental com uma cerveja naturalmente do mesmo naipe.

domingo, 16 de julho de 2017

Play list dos primeiros programas Som Pesado

Na quinta e sexta, dias 13 e 14 de julho, estreou Som Pesado na Rádio Pagina 2, de Timbó (SC). A emissora é totalmente transmitida pela Internet. A apresentação é deste blogueiro.

Talvez a atualização do blog com matérias, resenhas e entrevistas fique um pouco mais lenta, mas ele não morrerá, tenha certeza. Tanto que já há duas entrevistas encaminhadas.

Na sequência, o play list das duas primeiras edições:

Quinta - dia 13/07/2017 - Programa 1
Quiet Riot - Metal Health
Dokken - Tooth and nail
Ace Frehley - Parasite
Alice Cooper - Dirty Diamonds
Great White - Streetkiller
Whitesnake - Guilty of love
Megadeth - Dystopia
Metallica - Hardwired
Angra - Final light
Voodoo Shyne - O Toque
Edguy - Superheroes
Savatage - Gutter Ballet
Poison - Ride the wind
Def Leppard - Let's Go
Scorpions - Going out with a bang
Busic -Eu acredito em você
Helloween - If God loves rock'n'roll
Queensryche - Empire
Kreator - Number of the beast
Iron Maiden - Speed of light
Motorhead - Orgasmatron

Sexta - dia 14/07/2017 - Programa 2
AC/DC - Jailbreak
Carro Bomba - Punhos de aço
Nightwish - Wishmaster
Aerosmith - Taste of India
Gamma Ray - Majesty
Viper Living for the night
Icon - Rock 'n' roll maniac
Dream Evil - Children of the night
Blind Guardian - Mirror, mirror
Chuck Billy of Testament - Thriller
Skid Row - Youth gone wild
Dio - Fever dreams
Sepultura - I am the enemy
Slayer - Seasons in the abyss
King Diamond - A secret
Ozzy Osbourne - Bark at the moon
Iced Earth - I died for you
Dragonheart - Valley of the damned

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Estreia hoje o programa de metal na PG2

Exibição será todas as quintas e sextas

Estreia hoje, coincidentemente no dia mundia do rock, por sinal comemorado somente no Brasil (!), na Rádio Página 2, de Timbó (SC), às 21 horas o programa Som Pesado. A emissora é totalmente pela Internet.

A apresentação é deste blogueiro e a programação é baseada totalmente em hard e heavy. Para hoje, o play list promete bandas clássicas como Metallica, Slayer, Sepultura, Def Leppard, Angra, Megadeth, e Scorpions entre outros com músicas recentes.

domingo, 9 de julho de 2017

7ª Tarde do Rock de Timbó

RED ALE


Sábado, dia 8 de julho, foi a data escolhida para reunir o pessoal no Museu da Música de Timbó (SC), para curtir algumas vertentes do rock do meio da tarde até o início da noite (ok, eu sei que as fotos não ficaram boas).

O público ainda pode se deliciar com café artesanal, salgados e, claro, escolher entre três tipos de chopes disponíveis. Este blog ficou com o red ale porque era o que melhor combinava com o fator clima frio e o som.

Aliás, um parágrafo separado merece o som, pois estava bem equalizado, todos os instrumentos audíveis, sem embolar. Ou seja, é o tipo de tratamento que o rock merece. É um estilo caro, pois o equipamento tem que ser o melhor, mas não adiantaria de nada se o som fosse “meia-boca”.

Passaram pelo palco Kate Crush, Pilotos da Lua, Extrusora, todos de Blumenau, e Dirty Pigs, da litorânea Itapema. Infelizmente, devido a outros compromissos, o blog conseguiu conferir apenas a última banda.

O Dirty Pigs mostra influências do grunge de Soundgarden e Alice In Chains, segundo os próprios, e algo de stoner. Apresentaram somente – boas – músicas autorais executadas com muita garra e o chamado sangue nos olhos. Prometeram o lançamento de um EP para breve e pelo mostrado no set qualidade não vai faltar.

Já no final, a empresa fornecedora do chope, que é da cidade, para liquidar o produto, ofereceu uma promoção de cinco reais o copo, o que quer dizer 50% de desconto. Quando o autor deste blog morava em São Paulo, isso nunca aconteceu. Até porque não havia chope nos shows, somente cerveja, normalmente em lata.


O rock em Santa Catarina é visto com outros olhos e tratado de outra digna. O respeito a todos os estilos musicais também é notório. Parabéns aos organizadores por proporcionarem eventos tão bons e ricos culturalmente. Sem falar no apoio aos músicos que compõem suas próprias músicas. Prosit!

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Nova rádio online traz programa de metal



A cidade de Timbó, a cerca de 30 km de Blumenau, em Santa Catarina, ganha uma rádio com transmissão exclusiva pela Internet a partir da próxima terça-feira, dia 11 de julho. A Página 2 é uma emissora eclética contendo em sua programação blues, rock, pop, country etc, além de muita  informação e entretenimento.

Outra novidade é o programa Som Pesado dedicado ao hard/heavy com Vagner R. Aguiar (este blogueiro). A programação vai ao ar todas as quintas e sextas-feiras, às 21 horas com duas horas de duração em cada edição. Alguns quadros estão planejados, como Momento farofa, Coverizado, Novidade e Porrada. A estreia é dia 13 de julho, Dia Mundial do Rock.

domingo, 2 de julho de 2017

Busic: otimismo a ser seguido

(Divulgação)

Grupo leva nome dos irmãos e segue fiel ao hard rock de bandas anteriores


A nova banda do cenário nacional atende pelo nome Busic. Sim, é o sobrenome dos brothers Ivan (bateria e vocal) e Andria (baixo, guitarra e vocal), que já tocaram com Platina, Taffo, Dr. Sin e em projetos solo.

Completam a formação que gravou o debut autointitulado, editado em dezembro de 2.016, Zeca Salgueiro (ex-Mundo Cão) e Hard Alexandre (ex-Madgator), ambos comandando as seis cordas. 

Pouco tempo depois do lançamento, por divergências internas, ocorreu a primeira mudança na formação coma a saída de Alexandre. Para seu posto foram ouvidos mais de 200 guitarristas. E o escolhido foi o acreano Thiago Melo.

Começamos o bate-papo com Ivan falando sobre o clima do disco. O baterista disse que as composições estão voltadas para os anos 1970, entretanto “com a sonoridade moderna das gravações”. As influências vieram de Pink Floyd, The Who e outras da época.

Chama a atenção as letras em nossa língua, assim como no início de carreira. Seria uma volta às raízes? “Sim, voltamos às raízes, pois em nossas primeiras bandas, compúnhamos em português” responde.

Texto, aliás, que passa mensagens positivas. “Eu acho que o momento pediu isso”, explica o batera. “O mundo já tem coisas negativas o suficiente. Creio que nossa vibe estava em alta por estarmos produzindo um álbum tão grandioso no nosso modo de ver”, comemora.

Não obstante, há assuntos negativos, também, como em Ação e Reação, que fala sobre brigas entre pessoas próximas, e Cilada. “Muita gente se aproveita da inocência ou ignorância do outro para tirar vantagens” elucida Ivan sobre a última. “A ação gera reação e o efeito é sempre catastrófico. Principalmente para quem não tem condições ou cultura para escapar da cilada”.

Continuando a dissecar o assunto, Busic considera que essa época de “roubo generalizado” em que vivemos acaba afetando a população de modo geral. “Infelizmente a impunidade encoraja o crime. No caso da música [Cilada] foi mais uma menção ao cara que sempre quer levar vantagem enrolando o outro com empréstimos e coisas do tipo. O famoso 171”, conclui.

No entanto, esses ingredientes citados acima não atrapalham o sentimento do quarteto em relação à nação. Afinal, o tema derradeiro Nossa terra com versos como “Tenho orgulho dessa terra” devolvem o conceito de positivismo e superação.

Outra faixa que vale algumas linhas é a blues rock Na estrada. Ivan explica que é um estilo em que gosta de compor. O “Andria arrepia quando toca essas linhas bluesísticas no violão, então, quando a compusemos, vimos que seria uma música com um astral incrível”. E para completar, a “letra nos leva a uma atmosfera bem estradeira e tem a alma do blues. O solo de slide ficou nas mãos do grande Faíska”.

O guitarrista Faíska já tocou com grandes nomes do rock nacional como Eduardo Araújo, Rita Lee, Tokyo – primeira banda do Supla –, além de uma carreira solo e trabalhos em estúdio.

Outra influência forte é o Rush. Tanto que consta no track list uma versão para Closer to the heart, do trio canadense, que virou Junto ao coração. “Essa faz parte da nossa história”, entrega Ivan. Quando “estávamos no Prisma, que se tornou Platina, com Daril Parisi, ela já era parte do repertório e do nosso aprendizado”.

E por causa dessas apresentações, os dois conheceram os Abud. “Eles adoravam o Platina e foram nos assistir um dia na Praça do Rock e daí em diante nos tornamos melhores amigos e uma só família", conta. "De tanto adorarem ver a gente tocar a música [Closer...] a Rozana [Abud] compôs uma letra em português e sempre quis que fizéssemos uma versão. Então durante as gravações do Busic resolvemos gravar apenas para presenteá-la, mas depois [a] colocamos no CD.

A Praça do Rock era um festival que acontecia regularmente no Parque da Aclimação, em São Paulo, na década de 1980, em que se apresentavam as bandas paulistanas do período. Heróis do Rock foi outro evento contemporâneo importante.

Toca Raul!

O disco está esgotado e outra prensagem está a caminho. Com atrativos. O novo integrante, Thiago Melo, está regravando algumas partes de guitarra. Os solos “feitos pelo Andria e Faiska no CD permanecem os mesmos”, garante Ivan.Outra novidade é que essa nova versão contará com uma faixa inédita como bônus. 

O Trabalho esgotado evidencia outro lado nesses tempos de downloads e streaming, pois significa que há quem ainda compre álbuns. Para Ivan, “é sempre bom ver que ainda temos fãs adeptos ao disco. Eu particularmente gosto de poder baixar, mas amo mais ainda ter o CD físico”.

Enquanto o produto não chega às lojas, os fãs podem assistir aos vídeos produzidos para alguns temas no Youtube. No entanto, esses fatores todos fizeram com que os shows acabassem em segundo plano, dando uma “travada” na agenda a partir de maio.
Andria em ação no ano 2.000

Mas já tem show marcado para próximo dia 14 de julho, no Sesc Belenzinho, em São Paulo. De acordo com o batera, o repertório conta com “quase todas do Busic e mais outras da nossa história no Dr. Sin, Platina e Taffo, fora alguma surpresa internacional ou nacional de cover também. Como por exemplo, AC/DC ou até mesmo Raul Seixas”.

Falando um pouco sobre a cena de um modo geral, Ivan não se mostra muito empolgado com novidades, pois “infelizmente não há muita coisa nova que me faça parar de ouvir meus bons clássicos ou até mesmo os que estão quase clássicos como Stone Temple Pilots, Rage Against the Machine, Alter Bridge etc”.

Todavia, não é somente rock que eles ouvem, pois o gosto musical vai “desde Beatles, Chuck Berry, Hendrix e Van Halen até Bryan Adams e coisas de outros estilos” como jazz e country.

Uma questão sempre em voga é a possibilidade de sobreviver de música. Ainda mais no Brasil atual. “Somos filhos de músico e sempre soubemos que ela lida com altos e baixos”, comenta Ivan sobre a situação dos irmãos. “Consideramo-nos músicos de coração e graças a Deus conseguimos espaço, mesmo não tendo feito os chamados sons da moda. Sempre dei aula, gravei e toquei com outros músicos e artistas porque adoramos fazer isso. Falo com certeza por mim e pelo Andria”.

Continuando, Ivan afirma que o fato de se tornarem profissionais “de qualidade nos abriu muitas portas no mundo musical para aulas, workshops, produções, acompanhar artistas, compor para nós e para terceiros, representarmos várias marcas de instrumentos e para termos nosso estúdio de gravação”.

Esse estúdio é o Busic Produções, localizado em Moema, bairro de São Paulo. Local em que gravam e produzem diversas bandas. O resultado é que “com isso posso dizer que fomos agraciados por um destino exatamente como sonhávamos. Vivendo de música e com muita integridade desde o início. Existem dias bons e ruins, mas tudo vira música e aprendizado. Acho que é sempre bom você ter atividades que segurem sua barra quando um lado estiver mais fraco naquele momento. No nosso caso todos os lados envolvem música e só posso dar graças a Deus”, sentencia o batera.

E a cerveja?

Bem, chegou a hora de misturar um pouco o rock com breja. “Adoro cerveja”, se alegra Ivan para entregar em seguida que atualmente prefere as artesanais. “Adoro a Baden Golden. Gosto muito de ipa. Aliás, tomei a cerveja da banda Doutorzinho de um grande amigo, o dr. Marcel Vezzaro. A banda é formada só por médicos e meio que homenageia o Dr. Sin pelo nome. A cerveja é uma ipa maravilhosa. Mas também curto as mais normais, digamos assim, como Bud, Heineken etc”.

Depois da sugestão de uma cerveja mais caseira, qual seria a ideal para um rótulo com o nome Busic? “Gostaria que fosse uma no estilo da Baden Golden que leva canela, bem encorpada e que deixasse um gosto bom na boca como essa deixa”. Ou seja, uma do tipo ale

Nesse momento, nos resta aguardar pelo relançamento do álbum Busic e, quem sabe, que alguma cervejaria resolva fabricar uma cerveja sob o rótulo da banda.