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quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

10, 20, 30... Especial 1.991


 

Catarina Sour

Nem sempre é fácil a 10, 20, 30... devido às suas regras. Afinal, nem todas as bandas possuem álbuns lançados no exato intervalo de 10 anos. Como alguns grandes nomes não se enquadram, porém assinam obras clássicas e, aliado a uma busca em arquivos por resenhas que saíram nas páginas da saudosa revista Valhalla, SP&BC volta 30 anos no tempo para falar de Guns n' Roses em seu projeto mais ambicioso até então, os Use your illusions partes 1 e 2, a banda Taffo e seu maravilhoso Rosa branca e Skid Row com seu Slave to the grind.

Para acompanhar, um estilo criado no nosso estado de Santa Catarina e o primeiro brasileiro aceito pelo BJCP (Beer Judce Certification Program), a principal certificação mundial para juízes de cervejas e bebidas fermentadas, a Catarina Sour.

A breja não tem um teor alcoólico tão alto, o ABV vai de 4% a 5,5%, e apesar de levar fruta em sua composição - pode-se encontrar de pêssego, maracujá, etc - é favor não confundir com a Fruit Beer. A acidez é moderada. Como o nome indica, é azeda, mas vai bem no verão e ajuda a refrescar curtindo esses petardos no volume máximo. Vamos então curtir esses textos antigos, relembrando os tempos da citada Valhalla!


Guns n’ Roses - Use your illusion I

Número um da parada logo no dia do lançamento. Precisa mais? É claro que no instante em que se chega ao mercado, o fã não conhece a fundo a obra do seu artista favorito (N. do R.: resenha do início da década de 2.000, portanto bem diferente de hoje, por conta da Internet), então a decepção ganha a chance de aparecer. Contudo, só o tempo é capaz de “colocar os pingos nos ‘i’”, conforme o dito popular. Assim, está explicado o porquê de Use Your Illusion I figurar nesta seção (Classic). Evidentemente, o Guns n’ Roses marcou época com o insuperável Appetite For Destruction (1.987) e isso levou a febre que culminou nessa megalomania de dois discos duplos – lembre-se que era o tempo do bom e velho vinil – editados no mesmo dia. Para se ter uma ideia, o vocalista Axl Rose chegou a passar a noite de Natal no estúdio com um amigo pela obra. Pouco depois, em janeiro, a banda fecha as duas noites mais pesadas do Rock In Rio II (em 1.991). Não sem antes uma mudança na formação: Steven Adler cede o banquinho para Matt Sorrum (ex-The Cult). Aliás, ele e o tecladista Dizzy Reed estrearam no festival carioca. Axl ainda colocou sua, então, mulher, Stephanie Seymour (quatro aparições na revista “Playboy” nos anos 1.980), como estrela dos clipes Don’t cry e November Rain. Não se pode afirmar que se trata de um título completamente perfeito, pois há faixas desnecessárias. Em contrapartida há a participação do mestre Alice Cooper em The garden. Live and let die (do ex-Beatle Paul MacCarntey), Perfect crime, Bad obession e Right next door to hell são algumas pedradas aqui encontradas que fazem a diferença. Vamos para a parte dois da história... (VA)


Guns n’ Roses - Use your illusion II

Se chegar ao topo da parada é algo difícil de se ver a qualquer instante, imagine ser primeiro e segundo com dois discos lançados no mesmo dia, no caso, em setembro. Fato inédito na história do rock. Fenômeno! Não existe outra palavra para explicar o que esses norte-americanos aprontaram na cena do hard rock. Excluindo daqui os temas que somente tamparam buraco, como My World, por exemplo, e juntando com as ótimas faixas da primeira parte daria um disco mais do que sensacional. Ainda dava para disfarçar lançando as músicas limadas até Axl resolver, enfim, soltar o tal Chinese Democracy. Nem por isso pode-se classificá-lo abaixo da média, absolutamente, afinal agora você está lendo-o na Classics. You could be mine foi trilha do filme Exterminador do futuro II, na qual o atual (N. do R.: então) governador da Califórnia (EUA) e estrela da película, Arnold Schwarzeneger, participa do clipe, e também há Civil war, Shotgun blues, Estranged, com um vídeo pra lá de esquisito, e Pretty tied up, além do cover Knockin’ on heaven’s door, de Bob Dylan, que encheu o saco de tanto que tocou, e de uma versão com uma letra diferente para Don’t cry. Um pouco depois, em novembro, Izzy Stradlin deixa uma das guitarras dando espaço para Gilby Clark. A turnê rendeu 192 shows em 27 países diferentes – e mais uma passagem pelo Brasil em dezembro de 1.992. Atualmente (na época da publicação), Slash (guitarra), Duff McKagan (baixo) e Sorum estão no Velvet Revolver. Use Your Illuision, ambos os discos, ajudaram a escrever a boa excepcional história do Guns N’ Roses. (VA)


Taffo - Rosa branca

(N. do R.: ok, eu sei que ele é do fim de 1.990, mas abrimos uma exceção). Em 1985 a Baratos Afins soltava o primeiro disco da banda dos irmãos Busic, Ivan, bateria e vocal, e Andria, baixo e vocal, o Platina. Não durou muito, infelizmente. Em uma próxima caminhada, esses dois se uniram ao guitarrista Wander Taffo, ex-Radio Táxi, e ao tecladista Marcelo Souss para formar uma das melhores bandas de hard rock do Brasil: Taffo. Esse LP, uma espécie de continuação do primeiro álbum, Wander Taffo (1.989), apesar de este estar mais para ser um solo do guitarrista, e que saiu pela Epic, então subsidiária da CBS, é obrigatório! O clipe de Me dê sua mão, talvez o maior hit do grupo, ganhou uma versão exclusiva para a MTV que cansou de exibi-lo na época do Rock In Rio II. Olhos de neon, Vento sul e Sonhos e rock’n’roll são outros destaques. Depois, Wander reformulou o conjunto não obtendo o mesmo resultado. Atualmente, Ivan e Andria estão no Dr. Sin. (Wander Taffo faleceu em 14 de maio de 2.008 vítima de uma parada cardiorrespiratória). É muito mais do que um simples documento, é histórico! (VA)


Skid Row - Slave To The Grind

É comum muitas bandas iniciarem suas carreiras fazendo som pesado e com o passar dos anos irem tirando o pé do acelerador, suavizando sua obra. Pode-se dizer que com este play aconteceu justamente o contrário, pois o Skid Row se mostrou um grupo de hard em seu primeiro LP homônimo (1.989) e aqui escancara um trabalho que beira o metal em muitas partes. É um hard/heavy. Lógico que as baladas In a darkned room e Wasted time, esta sobre drogas, caíram no gosto das FMs da época, mas e Get the fuck out, que quase causou uma espécie de censura ao álbum? Lembro-me até hoje que as resenhas da época em jornais diziam que a bolacha abria “com o velho truque do heavy metal, uma música que começa lentinha e depois vira uma pauleira”, se referindo a Monkey business. Graças a Slave to the grind, primeiro lugar nas paradas, o SR foi uma das atrações principais do saudoso Hollywood Rock, em 1.992, sendo eleito pelos leitores da Folha de S. Paulo como o conjunto que daria o melhor show no evento. Pena que no Monsters Of Rock, quatro anos mais tarde, o público não tenha entendido muito bem a proposta, já que foi um puta show pesado, onde tocaram Rio act, entre outras “podreiras”/rapidinhas, e o quinteto saiu vaiado mesmo assim culminando na derradeira apresentação de Sebastian Bach (vocal) no grupo. Indicado para quem acha que hair band é coisa de... Você sabe. (VA)