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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Luthiness vence o Minha Banda é Sucesso

(FOTO: FB/Luthiness) A banda vencedora

Pilsen


Antes de qualquer coisa, é bom dizer que a escolha de uma Pilsen para acompanhar a final do festival de grupos autorais Minha Banda é Sucesso, de Timbó (SC) é, simplesmente, porque era o que eu tinha em casa. Sim, peguei meu growler cheio de cope e fui conferir rock da melhor qualidade. O evento fez parte da nona edição do Cultura Rock e contou com o encerramento do Máfia S/A, que já lançou um full length e um EP em 10 anos de carreira.

Não vou comentar sobre as as seis bandas que se apresentaram para um bom público no Pavilhão de Eventos Henry Paul na noite do último sábado, dia 24, porque, infelizmente, não vi todas as concorrentes. Como era uma disputa, seria injusto de minha parte não dar o mesmo espaço a todas.

(FB/Cultura Rock) Kate Crush
No entanto, tive o prazer de presenciar a vencedora: Luthiness, de Rio do Sul. Aliás, por favor, alguém pode me dizer o que essa cidade coloca na água? Afinal, já conheci algumas boas bandas daquela cena e não consigo me lembrar de uma outra cidade no país com até 70 mil habitantes, que eu conheça, com tantos bons nomes. Nessa final eram duas!

A premiação se deu da seguinte forma: o Luthiness levou para casa R$ 700 (todos os prêmios tiveram descontados os encargos), e o direito de gravar um clipe sem roteiro e uma música da banda na cidade sede do concurso; Regina Serafim, conterrânea da primeira, pelo vice abocanhou R$ 600, e Kate Crush, de Blumenau/Indaial, com o terceiro posto faturou  R$ 500. Também participaram da última etapa Rocket Engine, de Blumenau, Metanoia, de Indaial, e Tanger Tap, de Aurora.

E quem ficou com água na boca, o Minha Banda é Sucesso do ano que vem está confirmado. “Para as bandas não classificadas", disse Jorge Ferreira, Secretário da Fundação Cultural de Timbó, organizadora do evento, "fica o convite para inscreverem novamente seus trabalhos para o Cultura Rock 2.019. As eliminatórias estão previstas para acontecer entre agosto e setembro deste ano”. As inscrições estão disponíveis a partir de abril na página da Fundação.

Fica a dica para que mais cidades sigam o exemplo de Timbó e proporcionem para a sua região eventos como esse. Parabenizando, igualmente a prefeitura e a secretaria de cultura timboense e a figura do incansável Walda Westphal, que sempre trabalha em favor do rock autoral. O estilo de vida/música mais amado do mundo agradece!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Stones no Rio, não apenas uma simples resenha




Larger


Lá se vão 12 anos desde aquele 18 de fevereiro de 2.006, data em que os Rolling Stones tocaram para mais de um milhão de pessoas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O show fazia parte da turnê do álbum A bigger bang, lançado no ano anterior. O texto foi publicado na minha coluna no Jornal A Gazeta, de Aguaí (SP). Problemas a parte, achei válido pela nostalgia. A maior fábrica de cerveja do Brasil produziu um lata  para celebrar a data, que eu guardo com maior carinho. Segue na íntegra.

Artigo


Isso mesmo, se você pensa que o que vai ler a seguir é tão somente o que você viu e ouviu na sua TV no sábado está redondamente enganado. A partir de agora, uma cobertura diferente, de quem estava lá, em pessoa, no evento. Tanto lá que um dos momentos mais engraçados foi ver um “fã” cantando algo como “chout it upi” (sic). Foi, sem dúvida, o momento mais engraçado na volta para o hotel.
Toda a movimentação começou no dia do show, dia 18, bem de manhã, com os cambistas vendendo de tudo, desde as tradicionais camisetas até chaveiros “beijados pelo próprio Mick Jackson (sic)”. O curioso é que eu imaginei que a cerveja estaria em um preço absurdo, o que não ocorreu. Talvez devido ao imenso número da “concorrência”. No domingo, por exemplo, havia um ambulante reclamando de que existiam mais vendedores do que público. Exageros à parte, não entramos no mérito da questão.
Para provar que rock não tem nada de simpatia para o diabo, até um frei, Francisco Alves Barbosa, da Igreja Nossa Senhora de Santana, popularmente conhecido como Frei Chiquinho, de 73 anos, foi buscar sua entrada vip e abençoou o local. Ele se diz admirador do grupo.
O palco desenhado especialmente para aquela noite
Para a segurança foram escalados mais de seis mil policiais, sendo só para Copacabana pouco mais de dois mil. Segundo o jornal carioca O Globo, a Polícia Militar estimou 1,2 milhão de pessoas na praia. Os Stones aumentaram o movimento financeiro da cidade em 30%, em relação ao ano passado.
Inusitado foi o Drink Jagger, com gim Bombay, tônica, “cherry brandy” e suco de limão, coisa de um hotel da Av. Atlântica. Ah sim, e teve também a Pizza dos Rolling Stones que dava direito, inclusive, à língua característica desenhada com morangos, licor de cereja, calda de chocolate e avelã. E não para por aí, não. A criatividade rolou solta por lá. Coisas unicamente para o referido fim de semana.
Faixas eram várias. E como nessa hora o que vale é chamar a atenção, dois amigos de Araraquara escreveram: “Fora Lula. Mick Jagger para presidente.” Isso sem falar nos clones do cantor britânico. E devido ao grande número de gringos, também pude exercitar meu inglês, principalmente com um casal escocês que acha que sua seleção de futebol é muito ruim (não diga).
O palco, de altura igual ao de um prédio de sete andares, com 60 metros de largura, 30 de profundidade e feito exclusivamente para o Brasil deixou os carnavalescos fluminenses impressionados, já que ele foi inspirado em nosso país tropical. Uma boa forma de tornar o DVD mais atrativo.
E se o maior show de rock da história foi realizado em uma praia, por que não assisti-lo em alto-mar? Em torno de 200 embarcações se estabeleceram no oceano para acompanhar as pedras rolando no palco. Não importava como, e sim a satisfação com que todos foram embora para suas casas. Sem mais palavras.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Full Gas e Tosse Harmônica no Split moderno

Weiss



Nada melhor do que curtir o bom e velho rock'n'roll com uma breja refrescante. Afinal, basta arrastar os móveis da sala para criarmos espaço e dançar a vontade com esse som. Dessa forma, não tem outro jeito, é preciso repor as energias e a cerveja de trigo é ótima nesse sentido.

E o CD em questão é justamente isso. Mais uma obra com apoio do louvável projeto cultural da prefeitura de Rio do Sul (SC), a 191 quilômetros de Florianópolis, o split Full Gas/Tosse Harmônica (Independente, Nac.) é a união de duas gerações, conforme consta no encarte. Cada banda aparece com cinco faixas mais um bônus. Aliás, fazia tempo que eu não via o formato, bastante comum na década de 1.980.

O Full Gas surgiu em 1.998 e apresenta aquele rock básico, letras divertidas, sobre amor, mas não melosas, fortemente influenciados por quem entende do estilo como os Rolling Stones. É uma pena que demorou para registrar seu trabalho. Tomara que continue nos brindando, pois o potencial é inegável.

Já o Tosse Harmônica, na batalha desde 2.015, também envereda pelos trilhos do classic rock da primeira (um influenciou o outro? Possivelmente), porém com um pouco de distorção. Além de letras divertidas, como em Minha cafeteira sumiu, há críticas, como em O blues da indecisão: "Mas o que dizer dos/ contratantes do rock?/ Que contratam as bandas/ E não pagam o cachê". Trata-se de outra grata surpresa.

Os times


O Full Gas é formado pelos guitarristas Guiulle Aquino, este também vocalista, e Rodrigo Fronza, Andre Odelli, baixo, e Doug Theis, bateria. O Tosse Harmônica na bolachinha contou com Marlon Nunes, vocal e baixo, Jonatan Deucher, guitarra, e Gustavo Bachmann, bateria. Este último já deixou o trio, que agora conta com Gustavo Fachin nas baquetas.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Fenrir's Scar: a boa cicatriz do rock

(Divulgação/FB) Não podemos reclamar da cena e esperar que ela mude sozinha

Banda consegue melhor repercussão com álbum no formato 'streaming' que físico



A banda de Campinas, no interior de São Paulo, Fenrir's Scar surgiu em 2.014 e lançou seu debut autointitulado no fim do ano passado (leia a resenha do CD aqui). Esse pouco tempo aparente não significa que estejamos diante de uma formação que apresente um trabalho pouco inspirado e sem experiência. Absolutamente. Nesse bate-papo com os vocalistas Desireé Rezende e André Baida conhecemos melhor seus planos, atualidades, dificuldades e, claro, suas cervejas.  

Gostaria que apresentasse o Fenrir’s Scar para nós, por favor.
Desireé Rezende: Primeiramente, obrigada pelo convite e pela oportunidade de poder divulgar mais o Fenrir’s Scar. A ideia da banda começou em 2.014 quando mostrei algumas letras que havia feito para o André, que já tinha algumas músicas prontas. Então começamos a trabalhar juntos. Um pouco antes de gravarmos as nossas demos convidamos os membros do grupo, Ildécio [Santos, bateria], Paulo [Victor, guitarra], Gabriel [Rezende, baixo], Graziely [Maria, teclado] e o Vinicius [Prado, guitarra], que deixou a banda ano passado. Nos conhecemos há bastante tempo e tocamos juntos em outras bandas.


Nome da banda é importante, claro. Mas porque a escolha de um tão “difícil”? [N.do R.: Fenrir vem da mitologia nódica e se trata de um lobo-monstro acorrentado pelos deuses, que se libertou e devorou Odin]
André Baida: O nome surgiu inspirado na música Fenrir’s last howl [N. do R.: a última do CD] da minha antiga banda de power metal CounterParts. Quando sai da banda, tinha em mente que levaria o nome Fenrir comigo para algum projeto futuro que tivesse. 



A ideia do dueto vocal vem desde o início? Mesmo não sendo exatamente um Nightwish, embora tenha alguma influência, nunca existiu um medo de as pessoas já julgarem que o som seria naquela linha?

Desireé: Sim, a ideia do dueto vocal vem desde o início. Nightwish é uma das minhas bandas favoritas, com certeza pode ter sido uma influência mesmo que inconsciente (risos). Mas acredito que vocalmente e musicalmente nos assemelhamos mais algo a linha do Lacuna Coil. Era algo que me preocupava sim, as comparações, mas infelizmente acho que [elas existem] em qualquer vertente do metal e, porque não, da música como um todo. 

Como está a recepção a essa estreia, nesses poucos meses de lançamento?
Desireé: Muito boa e isso é muito gratificante para a gente! Tanto do público quanto da crítica. Figuramos entre os 20 álbuns mais votados por escolha popular no site da Roadie Metal e isso me deixou bastante feliz, ver que o público realmente gostou e votou na gente.

André: Tem sido muito bacana! Tanto aqui, quanto fora do Brasil. Muito foda ver que a nossa música está se conectando com muita gente! Gratificante pra dizer o mínimo.

A qualidade da gravação de uma maneira geral impressiona. Desde o início planejavam gravar no Minster, estúdio de Campinas de propriedade de Ricardo Palma, e ter Fabiano Negri (ex-Rei Lagarto, solo) como produtor?

Desireé: Sim, a ideia sempre foi trabalhar com o Fabiano e no Minster. Conhecemos o trabalho do Fabiano há anos, ele foi professor de quase todos os integrantes da banda e sabemos da qualidade que ele tem, como músico, professor e produtor. E desde que ele lançou o Maybe we will have a good time... For the last time que também foi gravado no Minster, tínhamos a ideia de gravar lá.

André: Eu toquei na banda de apoio do Fabiano por quase dois anos e foram os dois anos que eu mais abri a mente como músico. Tinha certeza que queria a produção dele no CD. Com certeza repetiremos a dose no próximo!



From porcelain to ivory é a mais pop do álbum, pelo menos para mim. Tanto que acabou virando o clipe. Havia a ideia de uma faixa assim ou simplesmente saiu?
Desireé: Simplesmente saiu (risos). Não fizemos nenhuma música pensando que poderia ser mais pop. Ao longo das gravações fomos percebendo que algumas eram mais pop que as outras. Mas a ideia dela virar clipe foi só quando o álbum ficou pronto, inclusive a partir do feedback que recebemos do público com relação a essa faixa.
Lançar disco independente requer muito investimento

Aproveitando, como é o processo de composição da banda?
Desireé: O processo de composição é basicamente entre eu e o André. Ou eu escrevo uma letra e mostro para ele, que faz a música, ou ao contrário, ele me mostra alguma música que fez e eu faço a letra para ela.

O disco foi lançado em formato físico e em streaming, tudo de maneira independente. Qual deles obteve melhor resposta?
André: O streaming com certeza tem tido melhor resposta. É muito mais fácil para as pessoas ouvirem música no celular e no computador hoje em dia do que ouvirem em um aparelho de som. Sem contar na burocracia e tempo de comprar e receber o CD pelos correios. Acaba sendo muito mais rápido e prático para as pessoas ouvirem digitalmente. Mesmo assim, temos vendido vários álbuns físicos. Grande parte deles no nosso show de lançamento.

Como é o trampo de lançar um álbum independente, informação útil para quem ainda engatinha no meio?
Desireé: É bem difícil. Nenhum de nós tem a música como profissão principal. E todo investimento para gravar foi fruto das economias minhas e do André. Tivemos bastante trabalho também entre pré-produção e gravação, que levou pouco mais de um ano. Como disse, nós temos outras profissões e conciliar a nossa agenda com a do estúdio e do Fabiano acabou levando um tempo também.


Planejam lançar no exterior?
André: Com certeza, estamos em busca de uma distribuidora na Europa e nos Estados Unidos. Apesar de já termos vendido alguns CDs para o exterior, leva muito tempo para eles chegarem ao público.


Qual faixa anda fazendo mais sucesso entre o público?
Desireé: From porcelain to ivory tem feito bastante sucesso com o público, Beneath the skin, Caliban e Dark eyes também têm tido uma repercussão muito boa com o público.

Como está a agenda de shows? Esse caso do André, que está passando por um problema de saúde agora, acabou afetando a rotina de vocês de que forma? Estão de férias?
Desireé: Sim, por conta desse problema de saúde do André não temos nenhum show marcado até ele se recuperar cem por cento.
André: É bem complicado, mas estou aproveitando esse tempo pra adiantar as composições do nosso próximo disco.

Como anda a cena por aí? Pessoal reclama bastante de Campinas.
Desireé: A cena é muito difícil para quem faz música autoral, ainda mais em um estilo como o nosso, que não é tão popular no metal. Inclusive sofre até algum tipo de preconceito. Mas temos em mente algo para tentar levantar mais a cena quando o André se recuperar e organizar nossos próprios festivais. Não podemos simplesmente reclamar que a cena está ruim e esperar que mude. Temos que fazer nossa parte, tentar mudar. Se não der certo, pelo menos podemos dizer que tentamos.

Vamos abrir uma cerveja?


O blog adota a linha de unir duas paixões dos roqueiros: música e cerveja. Vocês gostam de cerveja artesanal? Qual o estilo preferido (Pilsen, Weiss, Ipa, Stout etc.)?
Desireé: Não costumo beber muito cervejas artesanais, mas no geral gosto mais de Weiss.

Já imaginou um rótulo de cerveja do Fenrir’s Scar? Qual estilo seria?
André: Nunca tinha parado pra pensar nisso, mas seria muito legal (risos). O rótulo acho que seria legal ter o logo da banda, o nosso FS... Um lobo e alguma runa nórdica também seria bacana. O estilo dela, acho que poderia ser Weiss.

Algum recado para os fãs?
Desireé: Muito obrigada mais uma vez por toda força e apoio que nos tem dado! Significa muito pra gente ter vocês “vestindo a camisa” e apoiando a banda.
André: Muito obrigado pelo apoio e por terem tido a curiosidade da dar o play na nossa música! Significa muito pra gente. Nos vemos em breve!!

Obrigado pela entrevista e parabéns pelo álbum!
Desireé: Obrigada você Vagner e ao Som Pesado & Boa Cerveja pelo espaço e força que dão para as bandas independentes como nós!
André: Eu que agradeço, Vagner!! Obrigado por todos os seus anos prestigiando o metal nacional!!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Agenda: Richie Ramone na região

(FB Richie Ramone)

Pilsen



Richie Ramone, baterista que tocou no Ramones (sério?) de 1.983 a 1.987, tem turnê agendada para a América do Sul entre abril e maio, e o Brasil aparece, por enquanto, com cinco datas. Uma delas contempla a região sede do SP&BC, Jaraguá do Sul (SC), no dia 30 de abril, no Piratas Rock Bar.

As outras cidades brasileiras em que Richie se apresenta são: Londrina, no dia 26/4, Recife, 27, São Luis, 28 e Fortaleza, 29. A produtora segue com datas disponíveis de 26 de abril a 30 de maio.

O músico entrou para os pioneiros do punk em substituição a Mark Ramone, que, curiosamente, o substituiu na sequencia. Gravou três álbuns com os Ramones: Too tough to die (1.984), Animal boy (1.986) e Halfway to sanity (1.987).

Atualmente, ele segue divulgando seu álbum solo Cellophane. Richie já passou pelo Brasil em 2.012.