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sexta-feira, 23 de junho de 2017

Rock e desamor de Voodoo Shyne

(Reprodução)

SUMMER ALE


Com menos amargor que uma pilsen tradicional, mais malte, final seco e bem popular nos Estados Unidos, a summer ale imagino ser a breja ideal para harmonizar com o novo álbum do paulista Voodoo Shyne.

E a escolha não foi à toa, já que o hard rock do anterior Satan's gonna like it (2012) ganhou uma dose extra de stoner em Dispassion (Independente, Nac.) deixando o som ainda mais enérgico e moderno.

Podemos dizer que a faixa que abre o trabalho, Oi!, e Bite the bullet são as que mais seguem a linha stoner de The Hellacopters e Queens of the Stone Age. As influências de hard e classic rock continuam, principalmente na receita dos temas grudentos.

O título, inspirado no filme Os oito condenados, de Quentin Tarantino (disponível na Netflix), não parece combinar muito com o texto de Madrugada Afora, por exemplo. Em termos musicais, tente ficar parado ao ouvir a própria, a já citada Oi! ou O toque. Impossível.

A balada Só sei que sei, com cara dos anos 1970, destoa um pouco das demais, no entanto não é nada que comprometa o resultado final da obra. Pelo contrário, demonstra toda a versatilidade das composições.

O álbum, com oito músicas em pouco mais de 30 minutos, contém letras em português e inglês – como o amigo já percebeu – mostrando um resultado surpreendente considerando essa linha.

Desde 2006 na estrada, o VS conseguiu atingir a identidade tão desejada por muitos. Dispassion, o quarto da discografia, confirma a evolução. Inclusive tecnológica, pois é facilmente encontrado nas plataformas streaming.

É um trabalho bem elaborado, produzido e executado. Em um momento em que se dá um valor absurdo a bandas covers – nada contra, em tempo – um disco autoral cheio de ideias mostra que o futuro não está perdido.

A banda

Voodoo Shyne, assim como Alice Cooper, uma das influências aqui, diga-se, além de dar nome ao grupo, é o alter ego do vocalista e baixista (ex-Marrero, Outlove e Roxville), também responsável pelas composições e sintetizador.

Completam a formação Estevan Sinkovitz (atual Marrero, guitarra e sintetizador) e Danilo Cremasco (bateria). Mauricio Figueiredo gravou algumas guitarras adicionais e sintetizador. A produção ficou por conta de Shyne, Sinkovitz e Tiago Hóspede (Worst).

Aguarde entrevista para breve, com cerveja!

terça-feira, 20 de junho de 2017

Agenda

(Reprodução)

Hora de atualizar os shows que ocorrem no Sul do país, a sede deste Blog.

Já nesse próximo fim de semana, os paulistanos do Made In Brazil tocam sexta em Florianópolis, sábado em Curitiba (PR) e domingo voltam a Santa Catarina encerrando a mini-turnê em Joinville.

As apresentações fazem parte da tour que celebra os 50 anos de carreira de um dos nomes pioneiros do rock nacional.

Outro grande que se apresenta por esses lados é o Barão Vermelho. Curitiba já confere nessa sexta, dia 23/6. Os catarinenses contam com duas datas futuras: 30/9 em Floripa e primeiro de outubro ainda em negociação.

O Barão lançou seu último álbum de inéditas em 2004 e após o giro para divulgação daquele trabalho auto-intitulado ficou inativo. Voltou aos palcos recentemente apresentando Rodrigo Suricato em substituição a Roberto Frejat, que segue carreira solo.

Em Timbó (SC), a 30 km de Blumenau, rola a 7ª Tarde do Rock, no Museu da Música, dia 8 de julho, a partir das 15 horas com entrada franca. Por lá passarão Dirty Pig (grunge), Extrusora (punk/hardcore), Kate Crush (rock-orquestra) e Pilotos da Lua.

E, finalmente, com o DVD que brinda 30 anos de estrada, as Velhas Virgens tocam na capital catarinense no dia mundial do rock, em 13 de julho. É muito som nos PAs, com cerveja!

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Sepultura de novo álbum a filme: a relevância do gigante

Reprodução

WEISSBIER


A sugestão desse tipo de cerveja para acompanhar esse som se deve aos maltes de trigo que parecem combinar com as batidas pulsantes da bateria e nos envolvem por completo. E, claro, a necessidade de se refrescar um pouco, pois o disco é porrada após porrada.

Décimo quarto álbum de estúdio do Sepultura, Machine Messiah (Nuclear Blast, Nac.) é muito diferente de seu antecessor, The mediator between head and hands must be the heart, editado em 2013. Este foi mais voltado ao lado brutal do quarteto. Agora, a pedida é um pouco mais de groove.

A banda nunca lançou dois trabalhos iguais. Assim, mais uma vez podemos ouvir um CD cheio de ideias, novos elementos, como passagens com violinos, enfim, o Sepultura se reinventa a cada lançamento. Ponto para o grupo.

Tanto que a faixa-título que abre o disco não é aquela típica música de abertura. Problema? Evidentemente que não, pois a mesma se desenvolve muito bem, inclusive com uma linha vocal mais melódica.

O conceito do álbum chama a atenção desde o título até a capa, inspirados pela robotização da sociedade atualmente. Segundo o release, a “Máquina Divina” criou a humanidade e agora com o aparente fechar do ciclo, retornaremos ao ponto de partida.

“Viemos das máquinas e estamos indo de volta. O Messias, quando voltar, vai ser um robô ou um humanoide, nosso salvador biomecânico”, completa o texto extraído do site oficial do grupo.

Andreas Kisser (guitarra) já tinha o nome e o conceito do projeto quando iniciou a pesquisa para a ilustração da capa. A escolhida foi “Deus Ex-Machina”, criada há seis anos por Camille Dela Rosa, das Filipinas, e coincidiu com a ideia do disco. Depois de Arise (1991), talvez seja a melhor capa da discografia do quarteto.

Não vou destacar nenhuma música, pois em minha opinião não há nenhuma faixa ruim. É um CD coeso e bem produzido pela banda e por Jens Bogren (Soilwork e outros). Curiosidade: desde 1993, com Chaos A.D., não gravavam na Europa. A volta ao continente para esse registro ocorreu na Suécia.

Além de Andreas, completam o line-up atual o vocalista Derrick Green, o baixista Paulo Júnior, único integrante da formação original, e o baterista Eloy Casagrande (ex-André Matos e Gloria).

Filme

Mesmo depois de mais de 30 anos de estrada, o Sepultura ainda é a banda de metal, incluindo todas as vertentes, mais conhecida do Brasil lá fora e dentro do país. Só isso já é motivo suficiente para o documentário Endurance, que conta essa rica história, em cartaz desde 14 de junho em algumas cidades brasileiras.

Ainda não o assisti, até porque não chegou a Blumenau (SC), mas desde já lamento que os irmãos Max e Iggor Cavalera não permitiram que as músicas co-escritas por eles estivessem na trilha. Uma tremenda bobagem.


De qualquer forma, torço para que um dia, se perdoem. Não pela música. Não pela oportunidade de uma reunião. Mas sim pelo lado das pessoas, o mais importante.

terça-feira, 13 de junho de 2017

13º Encontro de Motos de Pomerode


CERVEJA BOCK


Entre os dias 9 e 10 de junho o Complexo de Esporte e Lazer Francisco Canola Teixeira, na catarinense Pomerode, a 175 km de Florianópolis, foi palco do encontro de motos organizado pelo Motoclube Dragões do Vale, grupo já com duas décadas de existência.

A sugestão para acompanhar o evento, que já se encontra em sua décima terceira edição, foi uma bock, pois o frio estava mostrando suas caras para valer com temperaturas abaixo dos 10 graus de sensação a noite. Ou seja, a melhor escolha para esse clima congelante, certo?

Segundo Robin Jensen, 42, presidente do Dragrões do Vale, 9.500 pessoas e 3.800 motos passaram pelo pavilhão durante o fim de semana. O público acompanhou shows de welling, manobras, músicas, pode escolher entre as fartas opções gastronômicas, chope artesanal, tomar um drink nas alturas, dar um trato no visual passando pela barbearia e comprar camisetas, blusas, capacetes, acessórios e... Motos.

“Foi positivo”, conta Jensen analisando o evento. “O tempo ajudou”, apesar da previsão de chuva. "Mas de certa forma o público compareceu. As atrações tiveram uma repercussão excelente. E para ano de 2018 com certeza vamos melhorar”.

Som

Desde a sexta-feira passaram pelo palco tocando o bom e velho rock as bandas Pedra Bruta, única a se apresentar nos primeiro e segundo dias do evento, Kravan, Velvet’s, Drei Donas e os DJs Leo, Guz Zanoto e Luciano.

Presenciei apenas a local Pedra Bruta, por volta das 18 horas de sábado, que escolheu um set list bem variado e executado, calcado no pop/rock. Foi bom ver que algumas escolhas fugiram daquela “carne de pescoço” bem comum há vários anos, como Carta aos missionários, do Uns e Outros. Outro ponto de destaque foi a música autoral, um rock’n’roll a lá Made in Brasil.

De resto tocaram covers de nomes como Pink Floyd, Capital Inicial, Elvis, David Bowie, Titãs. O som apresentou falha no começo, em que um microfone praticamente pifou. Nada que atrapalhasse a performance do sexteto pomerodense. Ao fundo, no telão, rolava o clipe da faixa executada no momento.


Negócios

Em termos de retorno para a cidade, Jensen disse que o fato de ser uma cidade turística facilita muito. “A hotelaria sempre lotada, procurando evoluir no atendimento, o qual é a alma de todo negócio. As estruturas em todos os sentidos buscam aprimorar, porque cada evento é uma surpresa. Com sol, um evento motociclístico tende a ser excelente, o público aparece, agora, com chuva a história fica diferente”, finaliza. 

Ainda não há uma data fechada, mas a décima quarta edição deve ocorrer no segundo final de semana de junho de 2018. Estaremos lá, com cerveja!