(Reprodução) |
SUMMER ALE
Com
menos amargor que uma pilsen tradicional, mais malte, final seco e bem popular
nos Estados Unidos, a summer ale imagino ser a breja ideal para harmonizar com
o novo álbum do paulista Voodoo Shyne.
E
a escolha não foi à toa, já que o hard rock do anterior Satan's gonna like it (2012) ganhou
uma dose extra de stoner em Dispassion
(Independente, Nac.) deixando o som ainda mais enérgico e moderno.
Podemos
dizer que a faixa que abre o trabalho, Oi!,
e Bite the bullet são as que mais
seguem a linha stoner de The Hellacopters e Queens of the Stone Age. As influências
de hard e classic rock continuam, principalmente na receita dos temas
grudentos.
O
título, inspirado no filme Os oito
condenados, de Quentin Tarantino (disponível na Netflix), não parece
combinar muito com o texto de Madrugada
Afora, por exemplo. Em termos musicais, tente ficar parado ao ouvir a
própria, a já citada Oi! ou O toque. Impossível.
A
balada Só sei que sei, com cara dos
anos 1970, destoa um pouco das demais, no entanto não é nada que comprometa o
resultado final da obra. Pelo contrário, demonstra toda a versatilidade das
composições.
O
álbum, com oito músicas em pouco mais de 30 minutos, contém letras em português
e inglês – como o amigo já percebeu – mostrando um resultado surpreendente
considerando essa linha.
Desde
2006 na estrada, o VS conseguiu atingir a identidade tão desejada por muitos. Dispassion, o quarto da discografia, confirma
a evolução. Inclusive tecnológica, pois é facilmente encontrado nas plataformas
streaming.
É
um trabalho bem elaborado, produzido e executado. Em um momento em que se dá um
valor absurdo a bandas covers – nada contra, em tempo – um disco autoral cheio
de ideias mostra que o futuro não está perdido.
A banda
Voodoo
Shyne, assim como Alice Cooper, uma das influências aqui, diga-se, além de dar
nome ao grupo, é o alter ego do vocalista e baixista (ex-Marrero, Outlove e
Roxville), também responsável pelas composições e sintetizador.
Completam
a formação Estevan Sinkovitz (atual Marrero, guitarra e sintetizador) e Danilo Cremasco (bateria). Mauricio
Figueiredo gravou algumas guitarras adicionais e sintetizador. A produção ficou por conta de Shyne, Sinkovitz e Tiago Hóspede (Worst).
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