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sábado, 26 de setembro de 2020

10, 20, 30... Judas Priest: Só 'crássicos'!



Belgian Golden Ale


Este mês de setembro, mais precisamente o dia 3, marcou a comemoração dos 30 anos do mais do que clássico Painkiller, do Judas Priest. Nada mais justo que revisemos a carreira do quinteto inglês para a entrada em nossa coluna 10, 20, 30... e, veja só, encontramos outro classicasso lançado em 1.980: British Steel.

Assim, verificando nos arquivos da saudosa Valhalla, conforme combinado, aqui vou trazer os textos sobre determinada obra como foi publicado à época (por isso, também a diagramação diferente), e encontrei a resenha do Painkiller que não deu tempo ser publicada, antes da revista encerrar as atividades. Ou seja, uma verdadeira relíquia.

Para acompanhar, uma Belgian Golden Ale com dois tipos de maltes, frutas amarelas e bem encorpada para aquele refresco enquanto destruo meu pescoço com o som no talo para poder escrever. Confira!

British Steel (1.980)

Quem teve a oportunidade de se fazer presente no Rock In Rio'01 jamais vai esquecer a multidão cantando em uníssono Breaking the law, faixa que abre o vinil lançado 21 anos antes, quando executada pela banda Halford, em carreira solo naquela noite. O vocalista não cantou uma nota sequer. Digo isso porque eu jamais esquecerei, pois  me arrepia até hoje. Acredito ser o melhor exemplo do que pode se chamar de teste do tempo no que se refere ao ramo das artes.

A banda estava afiadíssima, com sua formação clássica contando com o já citado Rob, Ian Hill, baixo, K.K Downing e Glen Tipton, nas guitarras, e Dave Holland, bateria. São desse álbum,  que alcançou o quarto lugar nas paradas britânicas, igualmente, os não menos hits Metal gods, que dispensa comentários, Living after midnight e United. Mas pode escolher qualquer uma das novo e colocar para rodar sem medo.

Sobre o sucesso da bolacha, além do citado quarto lugar no Reino Unido, abocanharam um disco de ouro nos Estados Unidos, chegando a platina em 1.989, só para ficar nesses mercados. Em 2.017, a revista Rolling Stone o elegeu como o terceiro melhor álbum de metal de todos os tempos.

Ao longo da extensa discografia do quinteto encontramos várias pisadas na bola, sobretudo durante meados os anos 1.980, contudo quando o caras acertam a mão, não tem para ninguém. Por isso continuam por aí, fazendo boa música, haja visto o mais recente, Firepower (2.018).



JUDAS PRIEST
Painkiller
(1990)
É impressionante como certos trabalhos acabam marcando uma geração. Ainda mais quando esta geração é a sua! Se eu fosse jornalista na época e tivesse a tarefa de resenhar Painkiller, lançado em setembro de 1.990, a faria da seguinte forma: “Irretocável, nota 10!” E foi justamente a turnê dessa preciosidade que trouxe esses ingleses pela primeira vez ao Brasil, no Rock In Rio II, em janeiro de 1.991. Como pouco antes de se iniciar as gravações do, então novo álbum, registrado em estúdios na França, Holanda e Inglaterra, o baterista Dave Holland deixou o Judas Priest, Scott Travis (ex-Racer X) assumiu o seu lugar. A produção é assinada por Chris Tsangarides [N. do R.: falecido em 07/01/2.018], só para situar, produtor do Fireworks, do Angra). Logo de cara a faixa-título nasceu como clássica, afinal com a introdução de Travis detonando seu instrumento em uma espécie de “apresentação” aos fãs, mostrou que ninguém iria sentir a falta do antigo membro. E Painkiller mostra um conjunto ligado na modernidade, flertando com o thrash, que dominava a cabeça da rapaziada na época, como o próprio Rob Halford (v) declarou em entrevistas daquele período. A ótima Hell patrol vem na seqüência e a pegada continua a mesma. Sem deixar a peteca cair All guns blazing e a rápida Leather rebel. Bom, na verdade, o que não falta neste LP – sim, ainda era tempo do bom e velho vinil – são temas velozes, bateria com dois bumbos e Halford se esgoelando ao microfone, como em Metal meltdown. Night crawler soa meio estranha a princípio, o que não significa um ponto negativo. Sobre a fantástica Touch of evil, lembro-me até hoje de como essa música tocou em uma rádio rock que existia na região em que moro e que hoje está a serviço dos “putz, putz” da vida. Para fechar, One shot at glory, com refrão-chiclete deixando vontade de voltar a agulha para o começo novamente – ou acionar o play, caso prefira a tecnologia. Depois da turnê, Halford pediu o boné, passou mais de uma década longe da banda e o resto da história todos nós conhecemos. O que importa é que agora o Metal God voltou de onde nunca deveria ter saído. Que o metal esteja conosco! (VA)