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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Cerveja e rock, a fórmula da Küd

(Divulgação) BP: "Buscamos sempre promover a cultura cervejeira em todos os níveis"

Cervejaria de Belo Horizonte busca inspirações nos clássicos do rock


Muito normal você ir até o supermercado, na seção de cervejas especiais e escolher um rótulo da sua banda favorita. Algo como fazíamos em lojas de discos - pois é, perdão pelo clichê, mas o mundo mudou. Chegando lá você encontra não somente a breja roqueira como também uma que é referência a um verdadeiro clássico dos seus ídolos. Aquela canção que já se ouviu trocentas e noventa e nove vezes e não enjoou.

Esse é o diferencial da mineira Cervejaria Küd. A fábrica "começou com a paixão pela cerveja e também pelo rock n’roll", afirma Bruno Parreiras, um dos fundadores da empresa, cujo slogan é "cerveja e rock n’roll", em entrevista exclusiva ao SP&BC. "Cada receita começa a ser desenvolvida através da relação que a gente pode fazer com o estilo escolhido e em qual música a gente pode buscar inspiração", continua explicando todo o conceito da marca. "Tem a ver com o estilo da cerveja, com a escola que aquele estilo tem origem, ou até mesmo uma relação de cada ingrediente com a música que a gente gosta". 

Küd surgiu em 2.008 quando Parreiras ao lado de quatro amigos buscaram informações para entender "sobre os diferentes estilos e cervejas que começavam a aparecer nas prateleiras de algumas lojas especializadas", conta ele, lembrando da influência sofrida ao conhecer sabores de brejas em viagens pelo exterior. "Descobrimos que tinha gente fazendo cerveja em casa e corremos atrás do desafio de fazer a nossa própria e nos aventuramos com a produção artesanal e caseira".

O desafio inicial rendeu frutos já no primeiro ano do início oficial das atividades, em 2.010, com a India Pale Ale, a Kashmir (Led Zeppelin), ganhando o primeiro lugar no Concurso de Cervejas Artesanais da Argentina. Por sinal, essa é a mais vendida do portfólio.

No entanto, há sim um rótulo de banda e neste caso é do Eminence, banda de thrash metal de  Belo Horizonte. Aliás, por enquanto, o único nome nacional da empresa. "Ainda falta ter 'fôlego' para conseguir criar mais cervejas" e fazer referência às bandas brasileiras, se defende Parreiras. Além do pesadão, vários são os estilos de rock homenageados, como grunge, hard, stoner e, claro, Beatles e Rolling Stones. Eis que surge a curiosidade, qual das duas? Ambas, ele dispara e justifica que "cada uma delas em suas diferentes fases possuem obras fantásticas".
BP: "Rock está no nosso DNA"



A capacidade total de produção dos tanques é de 17 mil litros e chama a atenção as denominações que eles recebem, como Black Sabbath, Nirvana, Iron Maiden e AC/DC. Atualmente são 17 na cervejaria que guardam um segredo a sete chaves. "Tem novidade chegando por aí, mas não posso adiantar ainda", aguça nossa curiosidade Parreiras.

E não é por fazer claras referências ao gênero musical que tanto amamos que seja algo restrito ao ele. "Acho que a nossa cerveja pode ser a chance de apresentá-lo para outras pessoas que por algum motivo não tenham tido a chance de conhecê-lo. Esperamos que com isso, tanto o rock quanto a cerveja possam prevalecer através do tempo" completa feliz da vida para sentenciar: "Acredito que tem muita gente fora do ambiente roqueiro comprando nossas cervejas".

Com esse boom cervejeiro dos últimos tempos, o público ficou mais exigente e com isso ele quer saber o que está comprando e conhecendo-o melhor. "O consumidor está buscando valorizar o produto local e o contato 'cara a cara' com quem está fazendo-o", explica Parreiras.

A participação em eventos ligados ao setor, como o Festival Brasileiro da Cerveja, normalmente em março, em Blumenau (SC), é importante "para a exposição da marca no meio de um mercado mais especializado e também possibilita a geração de novos negócios em outros estados ou até mesmo conhecendo novos parceiros", explica. 

Recentemente a Küd participou do 5º Festival Internacional de Cervejas Mondial de La Bière, no Rio de Janeiro. "Estamos iniciando uma operação no estado e buscamos participar para potencializar a marca e também aproximar ainda mais com os nossos clientes e parceiros comerciais", comemora o empresário.

Assunto delicado é preço e ele concorda que é "uma barreira. Mas te falo que aos poucos o consumidor está percebendo que vale a pena a experiência degustativa das cervejas artesanais". Isso acaba afetando a concorrência com as grandes indústrias. "O grande obstáculo é a questão da competição com o preço em alguns pontos de vendas, especialmente nos supermercados, a questão da compra da exclusividade, apesar de que os empresários mais atentos já perceberam que o consumidor quer a diversidade e outro fator que também influencia é o poder econômico que estas indústrias têm no mercado".

E em um mercado concorrido igualmente gera oportunidades. "Novas marcas no mercado geram experimentação de produtos diferentes. Uma hora ou outra o consumidor vai querer arriscar e tomar a nossa cerveja também. E a experimentação gera a possibilidade do consumidor se tornar dono da sua própria vontade e saber escolher aquilo que mais o agrada" conclui.

Dessa forma, o que Parreiras diria ao cervejeiro? "Gostaria de deixar uma referencia à mensagem que o rock já deixou na história. Você pode ser um 'transgressor' no seu hábito de consumo. Seja responsável nas suas escolhas e saiba escolher aquilo que te satisfaz. Não acredite naquilo que te mandam fazer sem antes conhecer bem a história da coisa toda", ou seja, perceber o "valor agregado do produto com qualidade e conceito. Vamos seguir produzindo e valorizando a cultura tanto da cerveja quanto do rock".

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