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sábado, 19 de dezembro de 2020

10, 20, 30... Especial 1.990: O último em evidência do hard rock



Ipa Maracujá

Nem sempre consigo atingir o objetivo pleno deste quadro no blog em que apresentamos uma mesma banda com seus lançamentos em exatos 10 anos de diferença comemorando aniversários cheios. E quando for o caso, uma pincelada sobre o novo disco. Nesse caso teríamos álbuns editados em 2.010, 2.000, enfim, daí por diante. Em 2.020 já tivemos, seguindo essa risca, Ozzy Osbourne, AC/DC - uma pena eu não esperar um pouco mais para comentar sobre o belo Power up -, Judas Priest e Iron Maiden. 

Assim, como alguns nomes importantes dentro do hard/heavy se enquadram na explicação acima, mas possuem trabalhos altamente relevantes, resolvi escolher alguns títulos aleatórios. Percebi na pesquisa inicial que já havia duas publicações na coluna Classics, da Valhalla, assinadas por mim, de bolachas datadas de 1.990. Daí só escolhi um novo, que não deu tempo de fazer anteriormente, para completar, e estava feita a escolha.

Essa pesquisa aconteceu enquanto saboreava uma Ipa Maracujá, que não é exatamente uma Fruit Beer, mas sim uma breja que ganha características frutadas no aroma e sabor por conta dos tipos de insumos usados em sua fabricação. E encontramos várias Ipas com essa adição de frutas no mercado bem interessantes. Uma, inclusive, que até leva o nome de uma das bandas mais queridas do metal.

Vamos ao que interessa. A seguir confira os textos sobre Heartbreak station, do Cinderella, Tattoed millionaire, do Bruce Dickinson, ambos originalmente publicados na Rock Hard/Valhalla #28 e #44, respectivamente, e Flesh & blood, do Poison, este exclusivo do SP&BC. Curiosidade é que este foi o último ano de alta do hard rock, estilo que viveu seu auge nos anos 1.980 e que sofreu com o surgimento da onda grunge. "Ah, mas o Bruce..." Tattoed... é hard, embora não glam, mas é hard, não heavy.



CINDERELLA - Heartbreak Station

Chegou a hora de prestar homenagem a uma das melhores bandas da era hard/galm dos anos 1.980. O conto de fadas do rock deve muito a Jon Bon Jovi, que os viu em um clube na Filadélfia em meados daquela década. Mas obviamente que se o quarteto não fosse realmente bom o suficiente nada teria dado certo. Depois de Night songs (1.986), e Long cold winter (1.988), agora é a vez do country Heartbreak station. Assim como os outros anteriores possuíam uma, digamos, base distinta entre si, este é inspiradíssimo no country, o que fica claro em One for rock and roll. Quando o LP saiu, o primeiro single foi a faixa-título, uma linda balada, porém que denunciava tal inclinação. Até eu levei um – bom – tempo para aceitá-lo, entretanto, não se pode negar a veia rock em The more things change, Love’s got me doin’ time e Love gone bad, por exemplo, sem falar na viagem de Dead man’s road (não deixe de conhecer esta), a divertida Shelter Me. Enfim, vale o álbum todo!  Infelizmente, comercialmente falando, não foi um grande sucesso, talvez por ser diferente, mas turnês gigantescas não faltaram e o nome do grupo se manteve no auge ainda por um período razoável. Atualmente, o conjunto norte-americano está parado, sendo que o guitarrista Jeff LaBar e o baixista Eric Brittingham passaram pelo Naked Beggars enquanto que o líder, guitarrista e vocalista Tom Keifer está em carreira solo com dois ótimos discos lançados [N. do R.: Dados atualizados]. No Brasil, Heartbreak Station não foi lançado em CD, o que dificulta sua aquisição devido ao – salgado – preço do dólar, mas vale cada centavo. (VA)


BRUCE DICKINSON - Tattoed Millionaire

A carreira solo do vocalista do Iron Maiden começou quase que por acidente. A princípio, 1989 seria um ano de férias para os ingleses, porém perguntaram a Bruce Dickinson se ele teria alguma composição para a trilha do filme A Hora do Pesadelo V. Sem pensar muito ele respondeu afirmativamente. Como isso não condizia com a verdade, ele convidou seu antigo amigo guitarrista, Janick Gers (ex-Ian Gillan Band), para a empreitada. Não demorou muito e surgiu Bring your daughter... To the Slaughter. Com o tempo foram nascendo outras até que a dupla se deu conta que já tinha um álbum pronto nas mãos. Ironicamente, a faixa citada acabou entrando em No Prayer For The Dying, aquele que seria o então próximo disco da Donzela. Os dez temas de Tattoed millionaire não se parecem em nada com o Maiden, tendo uma linha mais hard rock e igualmente diferente do que Dickinson faria no restante de seus trabalhos solos. A "sonzeira" já começa logo na abertura com a enérgica Son Of A Gun. A segunda é a faixa-título, um dos hits do LP e a única que ainda é executada até hoje nos shows; foi uma pena ela não ter entrado no ao vivo Scream for me Brazil. Born in ‘58 foi outro hit. Gypsy road possui uma levada mais, digamos, calma e precede outro petardo, Dive! Dive! Dive! Um dos grandes momentos do disco acaba sendo o cover de All the young dudes, de David Bowie. Na seqüência, o encerramento com as interessantes Licking’ the gun, Zulu Lulu e No lies. Em 2.005, este álbum foi relançado em CD duplo, sendo que no segundo constam várias faixas raras, ao vivo, lados B de singles e a versão original de Bring Your Daughter..., que Steve Harris, o chefão do Iron Maiden, na época, proibiu que saísse nesta bolacha porque era uma música excelente para o grupo principal. (VA)




POISON - Flesh & blood

Poderíamos dizer que este é o disco que contém Something to believe in, um enorme hit aqui no Brasil, principalmente. Contudo seria pouco e injusto com uma das grandes obras do hard/glam. Primeiro que o Poison é uma das maiores referências do estilo. Depois que um play que em seu track list exibe Unskinny bop, Life goes on, Ride the wind e a faixa-título, só para escolher algumas, além da citada, já não pode ser tratado com indiferença.

O terceiro álbum do quarteto, lançado em 21 de junho de 1.990, ainda contava com a formação clássica: Bret Michaels, vocal, Bobby Dall, baixo, Riki Rocket, bateria, e C.C. Deville, guitarra. Alcançou o segundo lugar nas paradas e vendeu oito milhões de cópias ao redor do mundo. Um verdadeiro multiplatinado. Rendeu várias turnês com a participação em grandes festivais, como o Monsters of Rock daquele ano. Esse giro de dois anos serviu de base para o primeiro ao vivo dos caras, Swallow this live (1.991).

Após esse auge, um entra e sai e volta de guitarristas aconteceu, inclusive com a passagem de Richie Kotzen, que gravou Native Tongue (1.993). Mas quem comandou as seis cordas no Brasil, no saudoso Hollywood Rock, em 1.995, foi Blues Saracero. Um gigante um pouco adormecido, mas que vale a pena ser redescoberto. Fica a dica!

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