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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Artigo: Rádios e streaming deveriam ser o caminho

Feiras de vinil preservam maneira antiga

Stout


O mundo mudou. Quantas vezes não ouvimos essa expressão? Incontáveis. E não tem jeito, goste ou não, precisamos acompanhar a evolução dos tempos ou corremos o risco de sermos ignorados.

Esse "nariz de cera" é apenas uma pequena introdução para a pergunta desse artigo: O que essa mudança significou para a música? Muita coisa. A começar que as gravadoras estão praticamente falidas. Quem resiste são algumas majors e alguns poucos selos menores com certa bravura.

Atualmente, é muito mais fácil e comum encontrarmos álbuns lançados de maneira independente do que há uma década. Afinal, basta que as bandas se organizem, planejem todo o trabalho e coloquem a mão na massa. Falando assim parece fácil.

Claro que nem de longe é fácil, afinal, o intermediário saiu de cena, porém alguém precisa assumir o serviço daquele. Além de compor, ensaiar e gravar, os músicos precisam agendar estúdio, contratar artista gráfico e resolver o problema da distribuição, tanto do produto físico quanto pela Internet, entre outros. Lá no final ainda resta a turnê. Ou terceirizar essa burocracia toda.

E as plataformas streaming, Deezer, Spotify, etc., são a novidade do momento, o Netflix da música. É muito mais barato e fácil distribuir músicas pela rede mundial de computadores, pois não necessita imprimir capa, fazer a mídia, se preocupar com os fretes.

Aí entram os consumidores. Quando nossos artistas favoritos lançam seus trabalhos não precisamos mais ir até as lojas de CDs - ainda existem, sabe-se lá até quando - para comprarmos a nossa cópia. Basta acessarmos pelo smartphone qualquer aplicativo musical que pronto, podemos ouvir o álbum a qualquer momento.

Aliás, abrindo um parênteses. uma tremenda pena não ter mais lojas de discos para ir. A modernidade acabou com isso. Lembro de quando em um ônibus andava cerca de 200 quilômetros, entre Aguaí (SP) e São Paulo, para comprar CDs, fazer amizades, enfim, na Galeria do Rock, na capital paulista. A modernidade matou um pouco a interação.

Na contramão, a cultura cervejeira se expande. Se boa parte dos comerciantes que vendem discos abaixou as portas, comprar cerveja artesanal está cada vez mais fácil. Gostaria que fosse diferente, ambos os segmentos se expandindo, no entanto...

Mas, voltando, e quando falamos das bandas independentes? O público consegue selecionar, garimpar nomes novos, ou busca sempre as mesma bandas? Parece bastante natural optar pela segunda. Em várias entrevistas para o SP&BC, os músicos reclamaram da "preguiça" dos fãs em relação ao artista novato e desconhecido do grande público. Daí a importância das rádios em continuar divulgando bandas novas.

Opa, sim, rádios. Elas não acabaram e nem vão desaparecer. Evidentemente que me refiro àquelas que optam pela qualidade em detrimento do lucro fácil. O trabalho delas ainda é fundamental para o surgimento de novos nomes, aliado, sem dúvida, às buscas nos streaming. Claro que esse veículo apresenta um sem número de falhas, mas existe sopros inteligentes, seja no dial ou na Internet.

O trabalho tem que ser em conjunto e o cuidado com o jabá ainda existe. Assim como tudo na vida passou por transformações, essa prática detestável se "renovou" e atingiu, igualmente, as novas maneiras de se consumir música. Facilmente se encontra quem venda cliques "para aumentar a audiência" e dessa forma adulterar o resultado e a divisão do bolo.

Caso não se dê a devida atenção à novidade, aos novos nomes da música, o que será do futuro? Ou alguém acha que Kiss, Iron Maiden, Scorpions, Rolling Stones, Angra, Sepultura ou qualquer outro medalhão vai durar a vida toda?

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