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domingo, 17 de março de 2024

Fortell segue com lançamentos temáticos com o single "A Vivid Dream”

Foto: Mateus Cantaleano
 

Depois da excelente receptividade com os singles anteriores, “Of Recent Times, Pt. 1” e “Of Recent Times, Pt. 2”, a banda Fortell disponibilizou nas plataformas de streaming sua mais nova canção, “A Vivid Dream”.

Ouça “A Vivid Dream”: https://open.spotify.com/intl-pt/track/3kh9oGg18AJycKLiU7qMwS.

 

Se musicalmente, “A Vivid Dream” nos leva a um universo elevado com suas melodias, a técnica instrumental e os vocais celestiais, a parte lírica pega pela mão e nos conduz a um cenário fantástico e imersivo: “As duas primeiras músicas mostram o personagem ‘I’ nos dias atuais, tentando descobrir por que perdeu sua essência. Após uma breve conversa com o ‘The Waiter’ (outro personagem da história), o protagonista retorna para casa cheio de questionamentos (momento da melodia das guitarras) e logo adormece (quando a música que parece uma canção de ninar). Na sequência, um riff pesado e cheio de variações, nos mostrando a turbulência do sonho que ‘I’ está embarcando, o refrão é cantado por muitas vozes, oferecendo, ao mesmo tempo, as sensações de desnorteamento e encanto. Logo, ele se percebe no passado, numa espécie de feira de praça nas docas de um porto...

A canção “A Vivid Dream” é a terceira lançada pela banda, e todas essas, entre outras, integrarão um vindouro álbum, em um futuro não muito distante. Com influências de nomes como Kamelot, Wintersun, Primal Fear, Rhapsody e Dream Theater, o Fortell prima por mesclar gêneros que cada integrante ouve e absorve, criando uma identidade única. O grupo é formado por Cinthia Mara (vocal), Gabriel Ingles (baixo), Leo Narxx e Giovane Pilar (guitarras) e Johan Wodzynski (bateria).

 

Esses três singles lançados até o momento são passos determinados de um grupo que busca enriquecer sua obra com diversas referências e entregar ao público uma música pesada, com melodias e uma história envolvente, em uma jornada inesquecível por caminhos fantásticos. Para ficar por dentro das novidades, siga o grupo nas redes sociais: @fortellofficial.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Exodus traz o poder do thrash metal para Curitiba em abril

Foto: Tayva Martinez

FONTE: AI

O Exodus é considerado um dos pilares do thrash metal, estilo que ajudou a moldar junto a outros gigantes do estilo, como o Metallica e o Slayer. O grupo, dono de uma discografia sólida e com uma relação muito próxima com o Brasil, retorna ao país em abril. Além de ser atração no consagrado festival Summer Breeze, a banda passa por Curitiba no dia 22 de abril, para única apresentação no CWB Hall.

Devido a grande procura, os ingressos estão no 3º lote, a partir de R$ 180, na plataforma Bilheto e nos pontos de venda autorizados. Será a quinta passagem do grupo por Curitiba, após 1998, 2007, 2012 e 2016. A abertura fica por conta da bastante ativa banda brasileira Eskröta, que divulga o disco Atenciosamente, Eskröta, de 2023, que mescla o thrash metal com influências do hardcore.

O Exodus, por sua vez, surgiu na transição de décadas e entrou nos anos 1980 passando por mudanças de formação até chegar ao seu debut. Nesse processo, contou com Kirk Hammett, que mais tarde se juntou ao Metallica. Com a entrada de Rob McKillop no baixo, a banda estabilizou-se com Paul Baloff no vocal, Gary Holt (que décadas depois, tocou no Slayer) e Rick Hunolt nas guitarras e Tom Hunting na bateria, time que lançou o seminal Bonded By Blood, uma verdadeira referência inquestionável no thrash metal da Bay Area de São Francisco.

Desde então, entre alguns breves hiatos, a banda seguiu em frente de maneira heróica, e segue entregando ótimos discos e shows ao vivo que são verdadeiras carnificinas sonoras. É uma experiência única e imperdível.


Serviço
Exodus em Curitiba
Abertura: Eskröta
Data: 22 de abril de 2024 (segunda-feira)
Local: CWB Hall
Endereço: Av. Marechal Floriano Peixoto, 4142 – Parolin
Horário: 20h
Ingressos: a partir de R$ 180, mais eventuais taxas
Venda online/Informações: https://www.bilheto.com.br/comprar/1947/exodus

Classificação 18 anos (obrigatória apresentação do documento de identidade)

 

Pontos de venda sem taxa

Let´s Rock
Pr. Tiradentes, 106 - loja 3 e 4 - Centro, Curitiba – PR
Seg. a Sex. das 09h às 19h. Sábado das 09h às 15h

Dr. Rock Centro
Shopping Metropolitan - Praça Rui Barbosa, 765 - Loja 04 – Centro
Seg. a Sex. das 09h às 18h45. Sábado das 09h às 16h45

CWB Audio Instr. Musicais
R. Desembargador Westphalen, 423 - Centro, Curitiba – PR
Seg. a Sex. das 09h às 18h. Sábado das 09h às 13h

Hand Made Music Shop
R.
R. Des. Westphalen, 1186 - Centro - Curitiba – PR
Seg. a Sex. das 10h às 18h. Sábado das 10h às 13h

*Promocional - Meia Entrada Para Todos

domingo, 11 de fevereiro de 2024

PROJETO VALHALLA Deficientes na música: quem disse que eles não podem?

 

Reportagem publicada na ed. # 25 da Revista Valhalla sobre não desistir

Texto e Pesquisa: Vagner Aguiar

Entrevistas: Marcio Baraldi

Cena 1: banda em ascensão lança disco que se torna um marco na carreira. Época em que dava tudo certo! Vários hits nas paradas, fama e dinheiro alcançados ainda na chamada “flor da idade”. Cena 2: o integrante mais jovem resolve tirar férias por conta própria. Dirigindo seu próprio veículo sofre um acidente em que lhe custa o braço esquerdo. Pronto, tudo foi por água abaixo, afinal ele era o baterista e como conseguiria tocar com apenas uma mão? Cena 3: “Eu vou voltar a tocar! Eu vou conseguir!”, diz o músico para seus companheiros de grupo para espanto geral, mesmo depois da tentativa frustrada de recolocar o membro, pois seu corpo não reagiu bem a operação. Porém, o álbum seguinte chegou ao primeiro lugar nas paradas, uma prova de que a luta e a força de vontade sempre vencem.

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O estudo de caso acima se refere ao Def Leppard. Os LPs citados são Pyromania (83) e Hysteria (87), respectivamente. Claro que tratávamos do caso de Rick Allen. Isso tudo aconteceu no Reveillon de 1984 e é retratado no filme Histerya – The Def Leppard Story.

Allen não é um ato isolado na música e em se tratando de qualquer área profissional. Lembra de uma canção do conjunto alemão Helloween, do disco Better Than Raw (98), chamada “I Can”? Ela traz em seu refrão algo que ninguém deveria jamais esquecer: “I can make it all again/I don't wanna lose/I don't wanna go down”. Nunca desistir deve ser a expressão para melhor definir esses versos e todos os exemplos que o prezado leitor acompanhará a partir daqui. 

Não teria como iniciarmos sem antes nos lembrarmos do músico erudito alemão Ludwing van Beethoven (1770-1827), um dos mais importantes compositores do século XIX. Beethoven, filho de músico boêmio interessando em transformá-lo num menino-prodígio para poder explorá-lo mais tarde, mesmo depois de ficar surdo compôs obras maravilhosas, como a famigerada Nona Sinfonia.

Ian Dury & The Blockheads foi uma banda inglesa de Punk Rock cujo vocalista, o Ian Dury, sofria de poliomielite desde a infância. Porém, isto não o impediu de montar seus projetos, este conjunto inclusive, e cravar alguns hits no fim da década de 70, entre eles, “Sex, Drugs And Rock And Roll”, do primeiro álbum New Boots And Paties (77). Antes de morrer em março de 2000, Dury trabalhou em conjunto com a Unicef, sigla inglesa para Fundo das Nações Unidas para a Infância, em favor de doentes com câncer, doença, aliás, que também o acometeu.

O Lynryd Skynyrd sempre teve algo que marcou negativamente sua trajetória, apesar de ser um nome de respeito no cenário do Southern Rock. Fundado em 1964, o grupo perdeu de uma só vez três integrantes em um acidente aéreo ocorrido em outubro de 1977: o vocalista Ronnie van Zant, o guitarrista Steve Gaines e a irmã deste, a backing Cassie Gaines; além do empresário do conjunto. Isso levou o outro guitarrista, Allen Collins, a montar outros projetos. Depois de 11 anos, Collins ficou paralisado da cintura para baixo em virtude de um acidente automobilístico, no qual sua então namorada morreu. Três anos antes já havia perdido sua mulher. Em 87, uma turnê em tributo ao Lynryd Skynyrd teve o próprio Collins escolhendo o repertório, explicando sua situação atual e dando recados otimistas aos seus fãs no meio das apresentações. A pneumonia acabou por completo com o músico, que veio a falecer em janeiro de 1990.

Uma das pessoas do meio musical mais lembradas, inclusive em tributos, é Jason Becker. O guitarrista passou pelo Cacophony, ao lado de Marty Friedman (ex-Megadeth), e substituiu Steve Vai (solo, ex-Whitesnake) na banda solo de Dave Lee Roth (ex-Van Halen). Depois de gravar o terceiro álbum de Roth, A Little Ain’t Enough, Becker foi obrigado a abandonar o barco em virtude de uma esclerose lateral amiotrófica, que degenera o sistema neuro-motor. Com o tempo, seu corpo foi ficando paralisado. Entretanto, isso não o impediu de registrar seu segundo disco solo, sintomaticamente intitulado Perspective.

Falando um pouco do nosso país tropical, Arnaldo Baptista, fundador dos Mutantes – ao lado do irmão Sergio Dias e de Rita Lee – e da Patrulha do Espaço, após uma crise decorrente do abuso de drogas, em 1982, sem entender porque estava internado, tentou fugir pulando pela janela de seu quarto de hospital. O fato lhe condenou a vegetar eternamente, já que parte de sua massa encefálica ficou comprometida. Para nossa sorte, Baptista, acompanhado de sua mulher e recluso numa chácara, não só reaprendeu a fazer música como também pintura e desenho. Disco Voador (87) foi lançado pela Baratos Afins e significa um recomeço. Atualmente é possível encontrar um CD em parceria com o cantor Lobão nas bancas de jornal do país.

Falando em Patrulha do Espaço, onde Baptista permaneceu por apenas nove meses, Rolando Castelo Júnior (ex-Made In Brazil, Inox) é um exemplo de pessoa que além de ter tido “poliomielite aos dois anos de idade, o que afetou meu braço direito”, nos diz o baterista em exclusiva para a Valhalla, se adaptou à situação e levou “a vida normalmente, com exceção de uma ou outra cirurgia e fisioterapia”. “Quando resolvi tocar bateria não pensei que não poderia”, sentencia Júnior. Poucos dias após abrirem para o Van Halen no Ibirapuera, em 1983, o músico foi “baleado e um dos tiros atingiu a minha mão esquerda, me causando sérios danos”, explica. Entretanto nada disso bastou para fazê-lo parar e a Patrulha continua na ativa até hoje.

Marcelo Yuka e Herbet Vianna são casos que emocionaram o Brasil todo. Em novembro de 2000, o primeiro, que sempre lutou por um mundo justo em suas letras na banda O Rappa, na vontade de ajudar uma moça que estava sendo assaltada ao chegar em casa jogou seu carro contra os bandidos e levou a pior: oito tiros o atingiram e o deixaram paralítico. O batera não desistiu da música, apesar de não poder tocar mais seu instrumento, e passou a colaborar com outros artistas. Seus projetos sociais igualmente não pararam. No clipe da parceria entre O Rappa e o Sepultura, “Ninguém Regula A Améria”, ele aparece no início dizendo que gravar a canção com os mineiros “foi providencial”. Yuka deixou O Rappa no ano passado.

Já o segundo caiu com seu ultraleve, em fevereiro de 2001. No acidente, o guitarrista, vocalista e líder d’Os Paralamas do Sucesso perdeu sua mulher e os movimentos de suas pernas. Sua força de vontade fez até o que os médicos duvidavam, ou seja, voltar a tocar e cantar, mesmo que em uma cadeira de rodas.

Depois desses exemplos todos é preciso fazer reflexões: por que ainda assim há pessoas que ignoram quem tem problemas físicos? Será que não há um Beethoven, Arnaldo Baptista, Jason Becker, Rick Allen ou Ian Dury dentro de cada deficiente que sofre com o preconceito? A música ajudou nossos amigos a lutar e nos dar alegrias. É a vontade de viver, de trabalhar. Pense nisso! E para ajudá-lo a refletir conversamos com três pessoas que encaram a vida normalmente como qualquer outra. O resultado você pode ler em cada um dos três boxes nestas duas páginas. Dê uma oportunidade a eles.

“A sociedade não pensa no deficiente como cidadão” 

Para uma pessoa com problema físico vencer na vida é preciso batalhar zilhões de vezes a mais que uma “normal”. Entre outros motivos podemos citar preconceito e falta de oportunidade. Como escrito na matéria ao lado, qualquer indivíduo tem capacidade para alcançar seus objetivos e exemplo para isso não faltou no texto. Assim, não é preciso dar o peixe, mas dar a oportunidade de pescá-lo, como diz o ditado popular.

O primeiro motivo citado no parágrafo anterior é, provavelmente, o mais grave. Jackson Cristiano de Paula, portador de amiotrofia espinhal tipo dois, doença degenerativa que afeta sua musculatura, sofre preconceito três vezes: “por ser deficiente, roqueiro e roqueiro cristão”, denuncia o próprio. Mas isso nunca o desanimou, pois como nossos heróis, Jackson não fica parado e sempre se coloca à disposição do trabalho. E trabalho ligado ao Rock, já que “o melhor de tudo foi conhecer este estilo de cultura, de vida e de som”, organizando quatro edições do maior festival de White Metal do Brasil, o Rock In Concert (www.rockinconcert.com.br), o que o levou a fundar a produtora Heaven’s Music Produções (www.heavensshop.cjb.net) para eventos e empresariar bandas como Oráculo, Século I, Storm Master, Ressurex e outras, além de ministrar palestras.

Conheceu drogas e prostituição “que hoje servem de bagagem para lutar e ajudar as pessoas envolvidas nestas questões”, afirma Jackson. Como deve ter dado para perceber, o ex-empresário do Eterna acredita ser “um instrumento de Deus. Ele me mostrou o quanto sou útil e o quanto posso ajudar o próximo com meu trabalho”.

Recado aos promotores: “Já perdi muitos shows porque a ala reservada aos deficientes nas casas de espetáculos é a que tem o ingresso mais caro! Se tivesse acesso para deficientes nos setores mais baratos eu teria assistido a muito mais shows na minha vida”.

Como todos nós temos sonhos, este verdadeiro guerreiro também tem o seu, que “é conseguir um trabalho fixo para que eu possa manter minha família dignamente, já que o custo de vida de um deficiente é muito alto”. Nada mais justo.

Lembra das palestras mencionadas acima? Então, eis algo que Jackson tem a dizer: “Não importa sua situação financeira, social, cor, religião, jeito que se veste, opção sexual, você nunca vai ser nem pior nem melhor que ninguém, você apenas é diferente, pois você é único e isso te torna especial aos olhos do Criador. Lutem sempre pela dignidade de seus sonhos. Preservem sempre seu corpo da destruição que as drogas fazem, vivam a vida de um modo digno e real com muito Rock And Roll, lógico!

“Foi o Rock que me tirou das drogas”

Quando uma pessoa comete um equívoco, o mais fácil é condená-la pelo resto da vida. Difícil é conhecer alguém que lhe conceda uma segunda chance. E quanto a pessoa que errou, ela também precisa dar a si própria essa segunda, terceira, quarta... Foi mais ou menos assim com Eduardo Evans, vocalista do Contato Imediato, que toca pelas ruas de São Paulo as músicas de seu CD-Demo.

Criado em uma família que trabalhava no circo, Evans, além de exercer as nobres funções de “palhacinho” e trapezista, também possuía uma banda, onde tocava violão, juntamente com seu pai, na guitarra, e seu irmão, na bateria, para acompanhar os artistas que se apresentavam no seu local de trabalho. “Aos 15 anos”, conta como tudo ocorreu, “um assaltante baleou meu pai na porta do circo. Por instinto pulei em cima dele e fui baleado identicamente. Meu pai morreu e eu fiquei paraplégico”.

Evans lembra que nos primeiros 12 meses ficou revoltado e isolado, o que o levou às drogas. Quatro anos se passaram na autodestruição “até que parei sozinho, só com a fé em Deus. Sempre entendi que Deus havia me dado o Rock para ser minhas novas pernas”, esclarece o cantor.

Quando entendeu que a vida não é só ficar reclamando tudo mudou: “Recuperei a auto-estima e montei minha banda e as pessoas nos adoram! A ‘roqueirada’ (sic) nos ajuda e apóia muito e a ‘mulherada’ (sic) me dá presentes como flores e bombons”, completa nosso batalhador em meio a risos.

Claro que ele também já sofreu preconceito, inclusive de quem ele ajuda a pagar o salário, um motorista de ônibus que não o deixou subir ao veículo certa vez. Em outra situação embaraçosa, o pai de sua namorada proibiu que os dois continuassem a relação. “Mas ela me ama e me aceita do jeito que sou e nós vamos ser felizes de qualquer jeito”, conclui Evans.

Há quem ainda acha que “Rock é coisa de drogado, mas foi justamente ele que me tirou delas”, rasga o verbo o músico. “Hoje estou bem, não culpo mais ninguém pelo que me aconteceu. Só quero viver plenamente do meu grupo, gravar discos legais e fazer muitos shows”, diz Evans fazendo ponte para deixar sua mensagem aos leitores: “A música agora é minha missão, pois sei que não estou levando apenas uma boa canção para as pessoas, mas também um exemplo de luta, de coragem e amor pela vida. Enquanto eu tiver boa cabeça e pessoas boas ao meu redor serei sempre Eficiente, nunca DEficiente!

“A maior deficiência de um ser humano é a ignorância”

Toninho Iron é uma figurinha carimbada no meio Metal sem necessariamente ser músico, afinal ele é o presidente do fã-clube oficial do Sepultura. Até aí tudo bem, entretanto o que poucos sabem é que Toninho nasceu no interior de Pernambuco, “numa cidade muito pobre onde a saúde pública era muito precária e de difícil acesso”, nos conta. “Por causa disso fui acometido pela poliomielite aos cinco anos, pois não havia vacina tríplice no meu Estado. Fiquei, desde então, com a perna direita atrofiada, o que me obriga a caminhar com o auxilio de uma muleta”, revela Toninho para depois emendar uma com bom humor: “O que não me impede de levar uma vida normal. Só não posso correr, pular muros, praticar alpinismo e escalar o Monte Everest (N. do R.: O Monte Everest é o ponto mais alto do planeta Terra, com 8.848 m de altitude, e fica no Nepal/China)”.

O Sepultura entrou na vida do presidente já nos anos 80 mudando sua concepção sobre música pesada, que já conhecia há tempos graças ao trivial Aerosmith, Kiss, Iron Maiden e outros medalhões, assim como todos. “Minha religião é o Heavy Metal e minha Igreja é o Sepultura e minha família”, define Toninho para concluir a idéia: “Tudo que tenho devo a eles e quero me dedicar a ambos o máximo que puder. Foi a música, sobretudo o Metal, que abriu minha mente e me ensinou a respeitar a opinião alheia e a conquistar minha independência sem causar mal a ninguém”.

Preconceito, palavra que deveria ser execrada do dicionário, não o incomoda mais. “Hoje eu não dou mais a mínima, pois conheço meu caminho na vida e sei quem são meus verdadeiros amigos” afirma convictamente.

Autor da frase que intitula este box, Toninho também vê que “doença mesmo é a falsidade e não a deficiência física”. E fala a verdade, tendo uma “deusa e duas filhas maravilhosas” em sua vida para que reclamar? “Não consigo viver só do fã-clube e tenho que estar sempre fazendo free-lances por aí”, entrega, “mas minha dedicação ao Sepultura nunca dependeu nem dependerá de dinheiro. Fundei este, que é o primeiro e mais sólido fã-clube de uma banda de Metal nacional, puramente por respeito e por orgulho do Metal brasileiro e do Sepultura”.

Claro que ele não poderia nos deixar sem uma mensagem final: “Seja você mesmo, respeite os outros e não se preocupe com a opinião alheia, ela só tem valor quando dão valor à sua também! Longa vida a todos que têm dentro de si a luz da perseverança para lutar contra todos os obstáculos que porventura surjam no caminho”.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

LANÇAMENTO Hammathaz volta à ativa com novo single

FONTE: AI

A banda de metal Hammathaz lança o single, acompanhado de videoclipe, Dear death nos streamings. Os caras prometem mais material durante o ano. A formação conta com Thales Statkevičius e Rodrigo Marietto nas guitarras, Fernando Xavier no vocal, e Lucas Santos na bateria.

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A música foi produzida por Thiago Bianchi com mixagem e masterização de Adair Daufembach. Dear death aborda o “medo de conhecer a morte”, escrito quase que como uma carta direta, expressando os receios e sensações sobre a morte. Com uma sonoridade agressiva e que progride para melodias e construções nunca antes exploradas pelo Hammathaz, a composição mostra mais uma diferente “cara” da banda.

Isso porque o grupo já é um nome bastante conhecido no underground nacional, com, entre shows em várias regiões do Brasil, aberturas para gente como Angra,  Mike Portnoy, Shaman, Ratos de Porão, entre outros. Além de assinar dois EPs (Crawling, de 2.011 e Inner Walls, de 2.013) e três singles (Cursing de 2.010, Enslaved de 2.012 e So it Comes, de 2.018) e, claro, o debut de 2.020, The One, simultaneamente lançado pela Voice Music no Brasil e Defense Records na Europa. O último single, o clipe de False Gods, no Youtube, já ultrapassou a marca de 30 mil visualizações.

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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

SHOWS Kiko Loureiro anuncia turnê solo

Fotos: Divulgação

FONTE: AI

O guitarrista Kiko Loureiro (ex-Angra e Megadeht), anunciou por meio das redes sociais uma nova turnê solo pelo Brasil entre os meses de julho e agosto. Os ingressos já estão disponíveis.

E que tal ofertas relâmpago? Então entra agora na Amazon clicando aqui e aproveite, pois tem produtos pela metade do preço. Vê se não vai perder, hein!

Confira as datas confirmadas até o momento: 28/07 - Belo Horizonte, Mister Rock; 02/08 - Goiânia, Bolshoi; 03/08 - Brasília, Toinha Brasil; 09/08 - Curitiba, Ópera de Arame; 10/08 - São Paulo, Tokio Marine Hall; e 11/08 - Porto Alegre, Opinião.


“A expectativa é altíssima", entrega Loureiro, "estou super contente pela primeira vez de estar fazendo uma turnê de mesmo porte das que eu fiz com bandas, em casas renomadas. É a primeira vez que eu estou colocando meu nome ali na frente e fazendo um show com a banda completa, baixo e bateria, guitarra base e eu, além de convidados que serão anunciados mais para a frente. Tocarei em algumas casas que eu já toquei com o Angra, e outras que recebem grandes bandas. É sempre um desafio a mais me colocar nessa posição, mas eu gosto desse desafio de tocar em casas maiores, em formato banda”.

Ele continua explicando sobre o set list: “O repertório vai revisitar toda a minha carreira. Então, não tem como não tocar Angra e Megadeth, das fases em que eu participei, além do meu trabalho solo e alguma cover surpresa que eu venha a fazer - que combinem com a minha história também, que influenciaram minha carreira, que influenciaram minha forma de tocar –, coisas diferenciadas que eu sei o público vai curtir bastante. Estou preparando com bastante cuidado o set list, para que agrade todas as pessoas que tem acompanhado minha carreira ao longo de todos esses anos todos. Será um show completo, como deve ser feito em relação a produção, com luz, com som, equipe e tudo isso que é tão importante e que eu sempre fiz com as bandas, e agora farei nos shows solo”.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

CLÁSSICOS DO ROCK Iron Maiden, o aniversariante do dia

 

Double Ipa

O Projeto Valhalla chega a mais um capítulo comemorando o aniversário de 43 anos do lançamento do segundo álbum do Iron Maiden, Killers. A resenha saiu no Classics da ed. #30 e na sequência, para completar, duas do Review Geral oriunda da #25. A cerveja escolhida, uma Double Ipa, é porque eu ando com uma pegada muito ipeira, apesar de que para acompanhar esse petardo da Donzela só dobrando os lúpulos mesmo.

Que tal ouvir Killers e qualquer outro título do Iron Maiden no streaming? Acesse esse link e vá para o Amozon Music Prime e descubra muito mais sons de heavy metal e afins, sem falar que os lançamentos você já ouve direto aqui! Então, está esperando o quê?

Ah sim, vale uma curiosidade aqui. Esse foi o primeiro disco de vinil que eu comprei na vida, depois de muitos anos só ouvindo fita K-7 (sabe o que é?) gravadas dos LPs dos amigos. Saúde!

IRON MAIDEN

Killers

(1981)

Este segundo álbum da Donzela de Ferro é apenas mais um capítulo de uma carreira de sucesso, mais um degrau rumo ao topo. Gravado ainda no final de 1.980 e lançado em 2 de fevereiro de 1.981, o LP propiciou o primeiro videoclipe do grupo, “Women In Uniform” (34ª posição nos charts), um cover do australiano Skyhooks, embora essa faixa tenha ficado de fora do disco, limitada apenas ao compacto. O clipe foi o último trabalho do guitarrista Dennis Stratton, substituído por Adrian Smith (ex-Urich). Killers, também, marca o início da duradoura e vitoriosa parceria com o produtor Martin Birch (Black Sabbath, Deep Purple). Voltando aos disquinhos de 7”, “Twilight Zone” (31) – outra limada da lista final – e “Purgatory” (52), igualmente, viraram singles. De negativo, somente a nota mínima da conterrânea “Sounds”, se bem que a resenha foi assinada por uma ex-namorada do vocalista Paul Di’Anno... Com uma produção bem melhor que o debut auto-intitulado e músicas já bem conhecidas por serem executadas há tempos, sem falar na qualidade das composições, a banda não parou de crescer e foi justamente na “Killer World Tour” que o Maiden estreou na Terra do Tio Sam. Foram ao todo 113 datas, incluindo algumas apresentações como headliner pela Europa e no templo Hammersmith Odeon, em Londres, em 15 de março. Posto isso, vamos agora aos relançamentos. Na primeira vez, em meados dos anos 1.990, CD duplo contando com as 10 canções originais do LP e de bônus “Women In Uniform”, “Twilight Zone” e temas ao vivo. Já em 1.998, o álbum retornou ao mercado com “Twilight Zone” incluída no repertório original e duas faixas multimídia extraídas do primeiro home video oficial do conjunto, Live At The Rainbow, a mais do que clássica “Wratchild” e a faixa-título. Falar mais seria chover no molhado – todas as músicas são destaques –, então o que importa é que este play merece um lugar relevante em qualquer discoteca. Até o próximo capítulo desta saga! (VA)

THE PROWERS – Souls Thieves (Steelborn Rec. – Imp.) 8.5 – Banda italiana formada em 1996 e com duas demos nas costas antes deste debut, lançado em outubro do ano passado. O quinteto se diz influenciado na hora de compor de hard a NWOBHM e de power a progressivo. Este último nem tanto, mas uma mistura de estilos é realmente encontrada no CD. Vale uma conferida.(VA)

FOURTH DIMENSION – Fourth Dimension (Independente – Nac.) 5.0 – Debut do sexteto vindo de Rio Verde (GO) que serve para provar, novamente, uma coisa: talento apenas não basta, é preciso mais experiência e pegada para se gravar um CD, que se adquire com a estrada. Assim, com certeza nunca deixariam a faixa que dá nome à banda/disco abrir a bolacha. Outro cuidado importante é com a parte gráfica/capa, que deixou a desejar, apesar da boa ideia. (VA)

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terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Whitesnake e os 40 anos da chegada ao topo

Ipa Maracujá

O Projeto Valhalla chega para comemorar os 40 anos de lançamento de Slide it in, do Whitesnake. Na verdade, esse disco teve algumas versões diferentes em alguns locais, mas a primeira foi a lançada em 30 de janeiro de 1.984, na Europa, terra natal de David Coverdale & Cia. Assinei esse Classics que saiu na ed. #27. O álbum é tão bom que vai ganhar um Os Clássicos no nosso canal no Youtube do SP&BC. Aguarde!

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A cerveja escolhida foi uma Ipa Maracujá porque já era a que eu estava apreciando - enquanto eu assistia meu time ganhar um clássico - e olha, combina perfeitamente. A força e elegância do estilo atrelada ao hard vigoroso e cheio de hits como esse LP é algo que transcende. Ah, sim, ainda tem resenhas dos títulos lançados à época em que a revista foi lançada, como Cornestone e The Storyteller. Saúde!

WHITESNAKE

Slide It In

(1984)

O Whitesnake é uma banda em que seu líder, o ex-vocalista do Deep Purple David Coverdale, sempre deu as cartas como bem entendeu. Isso significou várias alterações em sua formação ao longo dos anos. Inclusive os antigos companheiros de Purple, o baterista Ian Paice e o tecladista Jon Lord fizeram parte do line-up. Destes, apenas o primeiro não tocou neste play – gravado pelos guitarristas Micky Moody, Mel Galley (ex-Trapeze) e John Sykes (ex-Thin Lizzy), o baixista Neil Murray (ex-Black Sabbath) e o ex-todo mundo e saudoso Cozy Powell. Porém, isso não impediu que álbuns fabulosos fossem registrados durante a carreira e este Slide It In, produzido por Martin Birch, que você conhece de algum disco do Iron Maiden ou Black Sabbath, é, talvez, o produto mais bem acabado da Cobra Branca. Sabe aqueles discos que merecem muito mais que um “simples” 10? Então, está aqui um bom exemplo! E olhe que citar a trinca que abre o trabalho é covardia: a música-título, “Slow An’ Easy” e “Love Ain’t No Stranger”, single que ficou no Top 40 da parada. Ou seja, só clássicos! E neste quesito podemos incluir também “Guilty Of Love”, sem falar em “Spit It Out”. Não há uma só faixa ruim aqui! Esta bolacha trouxe Coverdale & Cia. para substituírem o Def Leppard no “Rock In Rio I” com a honra de ser a primeira banda gringa realmente de rock no festival. Claro que depois os ingleses optaram por estourarem no mercado norte-americano na onda glam, mas isso é assunto para um outro “Classics”. (VA)

CORNESTONE

Once Upon Our Yesterdays

Hellion – Nac.

7.5

O Cornerstone não é, necessariamente, um nome muito popular. Entretanto, o vocalista Dougie White você já conhece do disco Stranger In Us All (95), que marcou a volta à ativa do Rainbow. Sem falar que o cidadão também integrou o time de Yngwie Malmsteen tempos atrás. Feita a apresentação, o Cornestone é o projeto mais novo de White, embora não tão novo assim, já que a estréia data de 2000 e a carreira da banda computa dois álbuns anteriores a este Once Upon Our Yesterdays, Arrival e Human Stain. “Welcome To Forever” e “When The Hammer Falls” abrem o CD muito bem, seguindo à risca a cartilha do hard rock baseado em Rainbow. O problema começa a partir da faixa seguinte, “Passion To Warfare” e vai até a penúltima, a balada “Some Have Dreams”, passando por outras duas, digamos, mais calmas, a faixa-título e “Man Without A Reason”. São músicas que deixam aquela sensação de falta de originalidade e às vezes até enjoa um pouco, o que nos faz torcer para que a bolacha acabe logo. A última, “Scream”, se destaca pelos riffs e eleva o astral novamente, uma pena que seja no fim, ou seja, tarde demais. Trocando em miúdos, se fosse um EP, sem os tapa-buracos, ficaria de bom tamanho e a nota seria maior. (VA)

THE STORYTELLER

Tales Of Holy Quest

Hellion – Nac.

8.5

Gosta de curisidades? Aqui vai uma: esta boa banda de heavy melódico foi fundada em 1995 e somente fazia sons acústicos. Ouvindo Tales Of Holy Quest, que é o terceiro da discografia do The Storyteller, percebe-se o quanto as coisas mudaram para esses suecos. Um álbum maduro, nada enjoativo, pelo contrário, bem empolgante com o vocalista L-G Persson mostrando para todos seus companheiros de posição espalhados mundo afora que criatividade não faz mal a ninguém. Afinal, se você acha que vai encontrar aqueles gritinhos característicos e outros clichês do gênero pode esquecer. E a despeito de ser um disco conceitual, nada daquelas histórias habituais, pois aqui o negócio é o julgamento de dezenas de pessoas acusadas de bruxaria, no século XVII, na terra natal do quarteto, a Suécia. Sim, os refrãos épicos a lá metal tradicional – ou true metal, como queira – estão dispersos ao longo dos nove temas, sem contar a introdução e o epílogo. Não vou destacar nenhuma faixa porque todas estão acima da média. E olha que nem foi mencionado o fantástico trabalho gráfico!  (VA)