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domingo, 26 de abril de 2020

Nefasta: da mitologia romana para os copos brasileiros


"Cada rótulo é uma personagem feminina com essa 'coisa' mais rock'n'roll, sanguinolenta"

Empresa familiar une história e rock à cultura cervejeira


Que a cerveja artesanal é um produto diferenciado, todos sabem. A tendência ao rock and roll e um conceito definido, com todas as suas inspirações, são apenas algumas das características que nos fazem, entre amigos, abordar assuntos sobre a cultura cervejeira, por exemplo, entre outros.


E essa história de conceito vem desde a criação do nome para o negócio, importante para qualquer empresa, diga-se, e que, invariavelmente, influencia tanto seus estilos produzidos quanto seus rótulos. Um exemplo de tudo isso é a Nefasta, cervejaria de Florianópolis, que esteve no Festival Brasileiro da Cerveja, em março, em Blumenau.

"Somos de Florianópolis, mas a fábrica fica em São José, cidade vizinha", apresenta a sommerlier Gabriela Drehmer, em uma exclusiva ao blog SB&BC. O grupo conta com a fábrica, bares e uma "loja de insumos para quem faz cerveja em casa. Na região somos os únicos com essa estrutura", completa frisando que se trata de uma empresa familiar no mercado desde 2.016.


"Nefasta é uma deusa da mitologia romana, a deusa da destruição", conta sobre o conceito a profissional. "Ela quem guia todas as outras cervejas que são: Desertora, Condenada, Fugitiva, Foragida. Todos esses adjetivos no feminino que remetem a mulheres contraventoras, rebeldes". Ou seja, mais roqueiro impossível. Para informação, Desertora, a American Ipa, é a mais vendida do portfólio.

Contudo, nada faria sentido se os rótulos, como a capa de um disco, não seguissem essa linha. "Cada um é uma personagem com essa 'coisa' mais rock and roll, sanguinolenta. As pessoas se identificam, gostam da nossa identidade dessa pegada no feminino, ser representada na cerveja de uma maneira diferente do que sempre foi. Um feminino forte, que vai se rebelando", comemora Drehmer.

Observando um dos rótulos, aliás, nos trás uma curiosidade. "Six, Six, Six é uma American Pale Ale com seis tipos de lúpulos diferentes", explica não escondendo que, também há uma certa ligação com uma banda inglesa pouco conhecida. "Sim, não tem como não", responde a pergunta fatal sobre o Iron Maiden e a faixa-título do disco de 1.982, The number of the beast.

"É um dos poucos nomes que não seguem essa linha", conta mais sobre essa breja e inclusive que o batismo foi feito pelo cervejeiro que a criou "como alusão a esses seis lúpulos. Ela conversa com as outras porque é diabólica, é tão ardida, uma mulher com chifres de diabo, sangue escorrendo. É a mais diabólica que temos na nossa carta", finaliza.

Sobre o festival em si, em 2.020 foi a segunda edição da participação com um stand somente da empresa. "A primeira vez foi em 2.018 quando ganhamos a medalha de prata com a Exilada", na categoria Viena. "Estávamos em um stand coletivo junto com mais três cervejarias. No ano passado estávamos com o nosso próprio espaço" lembra.

Carros que já carregam chopeiras são bastante usados pelas empresas do setor. A Nefasta não abre mão do seu. "Participamos de muitos festivais, tanto em Floripa quanto na região e outras cidades do estado. E como participamos de muitos eventos, pensamos em uma maneira prática de carregar toda a parafernália", explica a ideia Drehmer. "O carro é uma solução muito legal, além de muito criativo com a Nefasta toda plotada" gerando curiosidade, o que acaba atraindo o público.

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