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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O início do metal no Brasil contado pelas plataformas digitais - parte 1

Um dos LPs disponíveis do Made é o debut


Double Ipa

Certo dia, buscava algumas músicas para uma playlist na plataforma de streaming que uso e encontrei várias bandas nacionais que começaram o metal nacional, lá no início dos anos 1.980. Naquele momento, lembrei do meu livro-reportagem Som Pesado e pronto, surgia mais uma pauta do SP&BC. Afinal, muitos não sabem das preciosidades que lá existem. Ou qual seria o motivo de alguns nomes não terem nem mil fãs? Assim, vamos fazer a garimpagem!

Para me acompanhar nessa empreitada, escolhi uma bebida de gala, uma Double Ipa. Cerveja com teor alcoólico entre 8 e 10%, ela é um estilo perfeito para quem curte amargor e aroma de lúpulo. Ou seja, é uma delícia ouvir nossos primeiros heróis saboreando um estilo que também é denominado Imperial Ipa. Como esse trabalho é divido em partes, para não ficar muito longo, temos a chance de experimentar outras brejas para harmonizar com os sons.

Se encontrar alguém não citado aqui, não se acanhe, o blog está aberto a comentários e sugestões. Evidentemente, nem todos aqueles que começaram o metal no Brasil estáo disponíveis. Essa primeira parte estaciona em 1.985, ou nas bandas que lançaram seu debut até esse ano. Finalmente, só considerando as plataformas musicais, nada das de vídeo.

E, nada melhor do que lembrar de quem plantou a semente. Mesmo não sendo necessariamente metal, o Made in Brazil, pela exposição da época, é tipo um marco zero. Da banda de Oswaldo Vecchione, que editou seu primeiro álbum autointitulado em 1.974, não encontramos a discografia completa, mas dá para se divertir bem com cinco álbuns de estúdio e dois ao vivo.

A Patrulha do Espaço, dona do primeiro disco de rock lançado de maneira independente no país, também é um nome em que não se encontra disponível todos os seus trabalhos - verdade seja dita, nem o Black Sabbath tem. Questão de direitos autorais. Ainda assim, os cinco primeiros  estão lá, o que inclui o citado que dá nome ao grupo, de 1.980.

O primeiro LP do heavy metal nacional saiu em 1.982 assinado pelo Stress, de Belém (PA). E essa preciosidade homônima, claro, está no perfil dos paraenses, além de todos os outros, inclusive o Ao vivo na Amazônia.

O primeiro LP independente

A Baratos Afins, uma loja da Galeria do Rock que virou selo e lançou vários artistas, planejava a coletânea SP Metal - veja um pouco mais a frente - com bandas novas. Entre as que disputavam um lugar ao sol estava o Harpia, que era o grupo de maior repercussão na época. Assim, foi natural que o quarteto ganhasse seu próprio EP solo. E, naturalmente, o clássico A ferro e fogo (1.985), do hit Salém, a cidade das bruxas, está aqui, bem como 3.6.9 H.A.R.P. (2.017).

A Chave do Sol foi outro nome importante da cena da primeira metade da década de 1.980. Localizamos por aqui o primeiro EP autointitulado, de 1.984.

Coletâneas

Naquela época saíram várias coletâneas com a finalidade de baratear a produção. Algumas são facilmente encontradas nas plataformas. Como os dois volumes da SP Metal lançados, respectivamente em 1.984 e 1.986. Nos LPs, com duas músicas cada se dividiram oito bandas: Avenger, Centúrias, Vírus e Salário Mínimo, no volume 1, enquanto que Santuário, Korzus, Abutre e Performances, figuraram no segundo.

Além da coletânea, o Centúrias, primeiro grupo de heavy metal de São Paulo, nascido em 1.980, disponibiliza seus dois trabalhos, Ninja (1.986) e Última noite (1.988). O Salário Mínimo aparece também com Beijo Fatal (1.987) e Simplesmente Rock (2.009).  Enquanto que o Avenger - não confundir com o alemão que originou o Rage - não conseguiu passar dos dois sons na coletânea.

Coletânea que marcou época
Já o Vírus, a primeira que usou fumaça de gelo seco, explosões e outras "pirotecnias" tão comum atualmente, expõe um problema peculiar de nossa tecnologia moderna. Os caras lançaram somente um álbum em 2.019, Contágio, que está disponível, além da participação em SP Metal I. Na pesquisa surgem inúmeros títulos em seu "perfil", até por ter vários Vírus espalhados pelo mundo. Cuidado!

Abrindo uma exceção para completar o SP Metal, já que se trata de 1.986, o Korzus, de longe, foi quem conseguiu melhores resultados, então sua discografia é facilmente encontrada. Já as demais do play, infelizmente, não passaram desse registro
 
Do Rio de Janeiro saiu o split-LP Ultimatum, em 1.984, com Dorsal Atlântica e Metalmorphose. O lado do último está disponibilizado, assim como vários outros títulos do Metalmorphose. No entanto, a Dorsal Atlântica não está nas plataformas digitais, infelizmente.

Finalizando essa primeira parte, o split de Belo Horizonte, com o Sepultura e com Bestial devastation, e Overdose, Século XX, de 1.985. Sepultura nem precisa dizer. Do Overdose há alguns discos disponíveis. Divirtam-se!

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