(DIVULGAÇÃO) Casa fazia parte da rotina de baladas dos líderes |
Banda paulistana conta com seis cervejas no mercado
Paulo de Carvalho (Paulão), voz e gaita, Juliana Kosso, voz, Alexandre "Cavalo" Dias, guitarra, Filipe Cirilo dos Santos, guitarra, Tuca Paiva, baixo, e Simon
Brow, bateria. Essa é a atual formação das Velhas Virgens que acabou de lançar o pacote CD e DVD 30 Anos ao vivo no Love Story (Gabaju Rec., Nac.) para, evidentemente, comemorar as três décadas na estrada.
Falar em atual formação, apesar de tantas mudanças no line up, é até injusto com os músicos, pois, exceto o "novo guitarrista Filipe 'Fil' Cirilo, o restante já está junto há mais de 10 anos", explica Alexandre "Cavalo" em entrevista exclusiva ao SP&BC.
"Desde o começo a ideia era gravar
no Love Story", conta Cavalo a respeito do local do show. "A gente
queria um lugar que remetesse à noite paulistana e o Love fez parte da minha
vida e da do Paulão por muitos anos", continua ele dizendo que, naquela época,
entravam na casa depois das baladas, saindo somente com o nascer do sol.
"Eram tempos boêmios em que o fígado permitia".
Assim, até virar sugestão para os empresários do sexteto não demorou muito. "Quando
contamos para os nossos parceiros, Júlio e Carol, da 74 Entretenimentos, eles adoraram a ideia. Entraram em contato com o Love Story, que cedeu a casa gentilmente. Foi um trabalho longo, mas o produto final ficou ótimo! Sem dúvida é o nosso
DVD de melhor qualidade técnica", conclui o músico empolgado.
Qualidade que pode ser conferida em streaming, a plataforma usada por 10 entre 10 grupos independentes para a divulgação de seus trabalhos. Cavalo justifica a distribuição "para todos os tipos de streamings, inclusive os gratuitos" porque "funciona muito bem. O alcance das músicas aumenta e eles pagam de acordo
com as ouvidas".
"Hoje tudo está na nuvem", disserta o músico sobre esse novo formato. "Você nem precisa
armazenar nada para ter acesso a milhões de músicas. Acho isso genial e, ao
mesmo, tempo perigoso. Genial porque fica tudo ao alcance e perigoso, pois torna
o conhecimento raso, rápido e volátil".
E qual o papel, então, do selo das Velhas, a Gabaju Records? Segundo Cavalo, ele segue com outros produtos. "Fazemos desde
camisetas, chinelos e até livros e HQs. E vendemos algumas coisas ainda no
físico. Acredito que nosso próximo disco de estúdio saia na forma de singles e
depois em vinil e fita cassete. Vamos ter todas as músicas em todas as mídias".
Esse próximo álbum é prometido para breve, com a gravação de "novidades ainda este ano. Um música para o novo show e pelo menos uma para o Carnavelhas", projeto de Carnaval das VV.
"Queremos voltar em breve a Pomerode" |
Esse próximo álbum é prometido para breve, com a gravação de "novidades ainda este ano. Um música para o novo show e pelo menos uma para o Carnavelhas", projeto de Carnaval das VV.
Abrindo um parênteses, fita cassete, para quem é mais novo e não conhece, é uma pequena caixa com uma fita magnética usada para gravação e reprodução de áudio, bastante popular até início desse século.
E fazendo turnês desde 1.994, qual o balanço desse longo tempo de estrada? "São mais de 20 anos saindo pelo país e tocando em
todos os cantos possíveis e, muitas vezes, impossíveis. Foi isso que nos fez
ter público em qualquer lugar do país", responde. Ele conclui salientando que o "modo como se
consome música está diferente. Tem gente que está se aproveitando disso e
outros estão ficando para trás", fazendo o alerta da necessidade de adaptação à nova realidade do mercado.
"O show ao vivo é de onde vem o maior rendimento
dos artistas e também está passando por reformulação", cita o guitarrista outra mudança. "Há um novo público com
novas exigências", sendo que existe uma grande quantidade de artistas "e um público ávido por novidades. Tem música para todos
os gostos só procurar".
Mas os fãs não estão mais preocupados com os clássicos? "Claro
que depois de 30 anos quem vai ao show tem suas preferência" responde em relação as VV. "É obrigação do
arista se renovar e se reinventar. Vamos fazer músicas novas e elas entrarão no
show novo. E, com o tempo, vemos quais permanecem".
E para sobreviver no meio disso tudo, afinal, as contas vencem todos os meses, os integrantes possuem outros trabalhos, musicais ou não. Por exemplo, Cavalo administra a Gabaju, é roteirista de quadrinhos, escreve livros e faz projetos culturais, além de produzir a banda e outras de que participa; Paulão é redator do SBT; Tuca tem uma cervejaria, a Rusticana e administra o bar; Juliana é professora de canto; Cavalo, Paulão e Tuca promovem o Workchopp, "uma palestra cantante" em que os músicos falam "sobre carreira, cerveja e outros assuntos picantes", além, é claro, de fazerem um som acústico".
O
bar se chama Rockin' Beer e fica em "uma garagem nos confins da Zona Norte de São Paulo". Segundo o guitarrista, "era para ser só o estoque
quando a gente também distribuía. Virou um bar logo depois. Vendemos cervejas
artesanais brasileiras e promovemos eventos. Raramente tocamos lá. Muito
pequeno. Mas reunimos o bloco de Carnaval das Velhas e outras coisas legais.
Estamos de mudança para outro endereço no Centro de São Paulo".
Já dentro do quesito - inúmeros - outros projetos musicais, Juliana Kosso canta em uma banda que faz clássicos do rock e leva seu nome; Paulão mantém o Cuelho de Alice hibernando; o Estranhos no
Paraíso, de Cavalo, Juliana e o produtor Paulo Anhaia (Paul X, ex-Monster) está na "berlinda", de acordo com o guitarrista, que "ainda toca no Roberto Embriagado com o Mario Bortolotto, onde fazemos covers do Roberto
Carlos".
As Velhas Virgens tocaram perto de Timbó (SC), sede do blog, mais precisamente em Pomerode, em 2.016. "Tocar
no sul é muito bom porque você encontra um público que entende de rock e
reconhece a linguagem", se recorda o músico. "O show em Pomerode não foi diferente. Gente interessante
e interessada! Queremos
voltar em breve para lançamento do novo DVD. Aliás, pode nos chamar!". Recado dado, promotores.
Então vamos falar da nova tour. "É um set com
as músicas escolhidas pelo público e mais algumas homenagens que estamos fazendo
para gente que participou dos nossos discos. Tocamos Marcelo Nova e Camisa de
Vênus, Roger e Ultraje, Rita Lee, Titãs, Raimundos, Made in Brazil e uma versão
especial de Retalhos de Cetim, do Benito di Paula, com arranjo para blues
que está um espetáculo! Vocês precisam conferir esse show novo".
Vale ressaltar que Digão, vocalista e guitarrista dos Raimundos, participa no DVD em Toda puta mora longe e a faixa com Benito di Paula, A última partida de bilhar, é bônus no track list.
Alguém falou de cerveja?
O bate-papo está bom até aqui, no entanto precisamos matar a sede. Sendo assim, a pauta agora é a relação das Velhas Virgens com a bebida mais amada do mundo. "Nosso
primeiro rótulo saiu há seis anos e já é 'disco de ouro', com mais de
100 mil garrafas vendidas", disseca o assunto Cavalo comparando ambos os mercados. Na época em que ainda se vendia muitos discos, pré-dowloads, o artista alcançava tal prêmio ao atingir aquela marca.
A primeira breja produzida "foi
uma IPA, a chamamos de Indie Man". Por sinal, esta continua como a campeã de vendas. Ele continua dizendo que se tratava de "um
sonho antigo ter nossa linha de cervejas". Como dentro da banda havia o responsável pelas receitas, no caso, Tuca, o passo seguinte foi encontrar "o parceiro certo" para produzir. Coube então ao Rodrigo Silveira, da Cervejaria Invicta, de Ribeirão Preto (SP), a função de lançá-las.
"Temos
seis rótulos hoje", enumera o portfólio detalhando-o: "uma em homenagem ao Charlie Brown Jr, feita em
parceria com o Xande (filho do Chorão), uma American Ale sensacional"; a anteriormente citada "Indie
Man; Whitie
Dog, Witbier com sabor de limão rosa e semente de coentro; Mr. Brownie, uma Brown Ale com fava de baunilha e aveia; Beijos
de Corpo, uma Fruit Beer com amoras pretas; e o lançamento Greenie, uma
cerveja de trigo bem lupulada".
Essa mistura de música e cerveja ainda rendeu outros frutos. O projeto Todo dia a cerveja salva a minha vida (2.014) é um álbum e um rótulo feitos na base do crowdfunding, o financiamento coletivo. "Foi o nosso segundo de muito sucesso" conta Cavalo sobre o processo de ajuda dos fãs para editar discos. O primeiro foi o igualmente comemorativo CD/DVD Rockin Beer Tour 25 anos.
Para os fãs contribuintes havia alguns prêmios que "as pessoas
adoravam como vir e cantar Abre essas pernas com a gente em estúdio e ganhar a
versão pessoal da música em CD e vídeo, entre outros". Apesar de "legal", o músico afirma que "esse tipo de projeto dá um trabalho monstruoso.
Não pretendemos fazer outro tão cedo".
No caso da cerveja, a banda alterou o rótulo da Whitie Dog para o mesmo da
capa do álbum. A breja saiu com uma tiragem de 4 mil garrafas. "Nossos novos rótulos tem um QR code", se empolga ao comentar sobre a modernidade. Com esse código, é possível "ouvir um 'CD' falando
de cerveja com músicas escolhidas pela banda inteiramente grátis. O projeto se
chama Liberte o Rock da Garrafa".
Sobre preferência, Cavalo diz que a que mais gosta é a "Witbeer, uma cerveja um pouco mais leve e cítrica. E também das
escuras e amargas. Das Velhas eu bebo todas
com gosto. As receitas do Tuca são muito boas", completa fazendo o merchandising.
Gostaria muito de saber do Cavalo como ficou aquele papo que rolou um tempo atrás de que o Paulão iria se aposentar da banda? Nunca mais tocaram no assunto, espero que ele tenha desistido dessa ideia esdrúxula....rssss
ResponderExcluirNão sabia desse papo...
ExcluirCara, eu respondo. Ele estava com problemas pessoais sérios na época. Mas tudo mudou e ele esta na ativa junto comigo e estamos planejando disco novo em breve.
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