(Reprodução) Só por trazer The Who essa edição tem nosso respeito |
PILSEN
Desde que foi criado, em meados dos anos 1.980, o Rock in Rio é um festival de música, ponto. Simples assim. Não é porque a palavra "rock" aparece na denominação que encontramos somente esse gênero musical em seu line-up.
Pelo menos é o que argumentam Roberto Medina - o criador - e seus funcionários. Já ouço isso desde que comecei a me interessar pelo ritmo que move o SP&BC, alguns anos antes da edição de 1.991.
Certo ou errado, fato é que rock pode ser traduzido, livremente, além de rocha, como agitar, sacudir, enfim, não necessariamente se refere à música. Em toda minha vida vi o sr. Medina dizer que RIR é uma marca. E soa bem, porque não usar?
Em tempo, não estou defendendo ninguém, apenas acredito que temos que ter nossas mentes sempre abertas e não ficarmos fechados e acusando esse ou aquele disso ou daquilo.
Não devemos nos esquecer, por exemplo, de que o evento de 1.985, o primeiro, trouxe muita coisa que em nada tem a ver com rock. Mesmo assim,contribuiu, e muito, para o desenvolvimento do som pesado no Brasil. A partir dele que guardamos em nossa memória tantos outros festivais, como Hollywood Rock, Live'n'Louder, Monsters of Rock e outros.
Todos citados acima acabaram, ou acontecem ocasionalmente, por questão de baixo retorno. Nos famigerados rodeios e afins já se apresentaram alguns grupos de rock importantes. Eu mesmo assisti ao Chuck Berry em um deles e foi muito legal.
Ou seja, ambos, o próprio público e a organização são culpados por não ter nenhuma noite dedicada ao metal, visto que em outras ocasiões ocorreram até três datas dedicadas ao estilo.
A desculpa é de que não conseguiram nenhum headliner de "peso" (perdoem-me, não resisti ao trocadilho) por questões de agenda etc. Li isso ontem no G1. Ok, mas será que não poderiam colocar os nomes do metal em uma noite encabeçada pelo Guns'n'Roses? Na segunda edição, Axl, Slash e seus amigos fecharam uma data em que tocaram Megadeth, Sepultura, Judas Priest e Quensryche.
O Aerosmith encerrou um dia no último Monsters of Rock em que estavam escaldas várias bandas de hard/glam. Portanto, faltou, sim, boa vontade em trazer um nome pelo menos do metal (heavy, thrash).
Tem mais. No Brasil, quem é garantia de vender sozinho 200 mil ingressos? São sempre os mesmos, por isso se repetem. Depois de Nirvana, System of a Down, essa turma, qual a grande sensação? Não surgiu nenhuma grande banda para ocupar esse lugar.
Basta olhar as entrevistas que estão aqui no SP&BC, ninguém se interessa pelas novidades. Das nacionais é ainda pior, pois não vai ocorrer outro Sepultura, Angra ou Krisium tão cedo. Que dirá um revolucionário como o Sarcófago.
Ficar somente reclamando não levará a cena a lugar algum. Se não mostrarmos de fato que fazemos diferença e garantimos o retorno do investimento, isso vai continuar acontecendo.
Para mim, o RIR começa hoje e eu pretendo assistir a Def Leppard, Aerosmith, Alice Cooper, The Who, Bon Jovi, The Offspring, Sepultura e talvez algum outro. Todos nomes roqueiros. Acompanharei pela TV, infelizmente, mas ao lado da minha Pilsen. Adoraria estar lá hoje, dia 21 para ver o Leopardo Surdo.
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