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Grupo leva nome dos irmãos e segue fiel ao hard rock de bandas anteriores
A nova banda do cenário nacional atende pelo nome Busic. Sim, é o sobrenome dos brothers Ivan (bateria e vocal) e Andria (baixo, guitarra e vocal), que já tocaram com Platina, Taffo, Dr. Sin e em projetos solo.
Completam
a formação que gravou o debut autointitulado, editado em dezembro de 2.016, Zeca Salgueiro (ex-Mundo Cão) e Hard Alexandre (ex-Madgator), ambos comandando as seis cordas.
Pouco
tempo depois do lançamento, por divergências internas, ocorreu a primeira
mudança na formação coma a saída de Alexandre. Para seu posto foram ouvidos
mais de 200 guitarristas. E o escolhido foi o acreano Thiago Melo.
Começamos
o bate-papo com Ivan falando sobre o clima do disco. O baterista disse que as composições estão voltadas para os anos 1970, entretanto “com
a sonoridade moderna das gravações”. As influências vieram de Pink Floyd, The Who e outras da época.
Chama
a atenção as letras em nossa língua, assim como no início de carreira. Seria
uma volta às raízes? “Sim,
voltamos às raízes, pois em nossas primeiras bandas, compúnhamos em português”
responde.
Texto,
aliás, que passa mensagens positivas. “Eu acho que o momento pediu isso”, explica o batera. “O mundo já
tem coisas negativas o suficiente. Creio que nossa vibe estava em alta por estarmos produzindo um álbum tão grandioso
no nosso modo de ver”, comemora.
Não
obstante, há assuntos negativos, também, como em Ação e Reação, que fala sobre brigas entre pessoas próximas, e Cilada. “Muita gente se aproveita da
inocência ou ignorância do outro para tirar vantagens” elucida Ivan sobre a
última. “A ação gera reação e o efeito é sempre catastrófico. Principalmente
para quem não tem condições ou cultura para escapar da cilada”.
Continuando
a dissecar o assunto, Busic considera que essa época de “roubo generalizado” em
que vivemos acaba afetando a população de modo geral. “Infelizmente a
impunidade encoraja o crime. No caso da música [Cilada] foi mais uma menção ao cara que sempre quer levar vantagem
enrolando o outro com empréstimos e coisas do tipo. O
famoso 171”, conclui.
No entanto, esses ingredientes citados acima não atrapalham o
sentimento do quarteto em relação à nação. Afinal, o tema derradeiro Nossa terra com versos como “Tenho
orgulho dessa terra” devolvem o conceito de positivismo e superação.
Outra
faixa que vale algumas linhas é a blues rock Na estrada. Ivan explica que é um estilo em que gosta de compor. O
“Andria arrepia quando toca essas linhas bluesísticas no violão, então, quando
a compusemos, vimos que seria uma música com um astral incrível”. E para
completar, a “letra nos leva a uma atmosfera bem estradeira e tem a alma do
blues. O solo de slide ficou nas mãos do grande Faíska”.
O
guitarrista Faíska já tocou com grandes nomes do rock nacional como Eduardo
Araújo, Rita Lee, Tokyo – primeira banda do Supla –, além de uma carreira solo
e trabalhos em estúdio.
Outra
influência forte é o Rush. Tanto que consta no track list uma versão para Closer to the heart, do trio canadense,
que virou Junto ao coração. “Essa faz parte da nossa história”, entrega Ivan. Quando “estávamos
no Prisma, que se tornou Platina, com Daril Parisi, ela já era parte do repertório
e do nosso aprendizado”.
E por causa dessas apresentações, os dois conheceram os Abud. “Eles
adoravam o Platina e foram nos assistir um dia na Praça do Rock e daí em diante
nos tornamos melhores amigos e uma só família", conta. "De tanto adorarem ver a
gente tocar a música [Closer...] a
Rozana [Abud] compôs uma letra em português e
sempre quis que fizéssemos uma versão. Então durante as gravações do Busic resolvemos gravar apenas para
presenteá-la, mas depois [a]
colocamos no CD.
A Praça do Rock era um festival que acontecia regularmente no
Parque da Aclimação, em São Paulo, na década de 1980, em que se apresentavam as
bandas paulistanas do período. Heróis do Rock foi outro evento contemporâneo
importante.
Toca Raul!
O disco está esgotado e outra prensagem está a caminho. Com
atrativos. O novo integrante, Thiago Melo, está regravando algumas partes de
guitarra. Os solos “feitos pelo Andria e Faiska no CD permanecem os mesmos”,
garante Ivan.Outra novidade é que essa nova versão contará com uma faixa
inédita como bônus.
O Trabalho esgotado evidencia outro lado nesses tempos de
downloads e streaming, pois significa que há quem ainda compre álbuns. Para
Ivan, “é sempre bom ver que ainda temos fãs adeptos ao disco. Eu
particularmente gosto de poder baixar, mas amo mais ainda ter o CD físico”.
Enquanto
o produto não chega às lojas, os fãs podem assistir aos vídeos produzidos para
alguns temas no Youtube. No entanto, esses fatores todos fizeram com que os shows
acabassem em segundo plano, dando uma “travada” na agenda a partir de maio.
Andria em ação no ano 2.000 |
Mas já tem show marcado para próximo dia 14 de julho, no Sesc Belenzinho, em São Paulo. De acordo com o batera, o repertório conta com “quase todas do Busic e mais outras da nossa história no
Dr. Sin, Platina e Taffo, fora alguma surpresa internacional ou nacional de
cover também. Como por exemplo, AC/DC ou até mesmo Raul Seixas”.
Falando
um pouco sobre a cena de um modo geral, Ivan não se mostra muito empolgado com
novidades, pois “infelizmente não há muita coisa nova
que me faça parar de ouvir meus bons clássicos ou até mesmo os que estão quase
clássicos como Stone Temple Pilots, Rage Against the Machine, Alter Bridge etc”.
Todavia, não é somente rock que eles ouvem, pois o gosto musical
vai “desde Beatles, Chuck Berry, Hendrix e Van Halen até Bryan Adams e
coisas de outros estilos” como jazz e country.
Uma
questão sempre em voga é a possibilidade de sobreviver de música. Ainda mais no
Brasil atual. “Somos filhos de músico e sempre
soubemos que ela lida com altos e baixos”, comenta Ivan sobre a situação dos
irmãos. “Consideramo-nos músicos de coração e graças a Deus conseguimos espaço,
mesmo não tendo feito os chamados sons da moda. Sempre dei aula, gravei e
toquei com outros músicos e artistas porque adoramos fazer isso. Falo com
certeza por mim e pelo Andria”.
Continuando, Ivan afirma que o fato de se tornarem profissionais “de
qualidade nos abriu muitas portas no mundo musical para aulas, workshops,
produções, acompanhar artistas, compor para nós e para terceiros,
representarmos várias marcas de instrumentos e para termos nosso estúdio
de gravação”.
Esse estúdio é o Busic Produções, localizado em Moema, bairro de
São Paulo. Local em que gravam e produzem diversas bandas. O resultado é que “com
isso posso dizer que fomos agraciados por um destino exatamente como
sonhávamos. Vivendo de música e com muita integridade desde o início. Existem
dias bons e ruins, mas tudo vira música e aprendizado. Acho que é sempre bom
você ter atividades que segurem sua barra quando um lado estiver mais fraco
naquele momento. No nosso caso todos os lados envolvem música e só posso dar
graças a Deus”, sentencia o batera.
E a cerveja?
Bem, chegou a hora de misturar um pouco o rock com breja. “Adoro
cerveja”, se alegra Ivan para entregar em seguida que atualmente prefere as
artesanais. “Adoro a Baden Golden. Gosto muito de ipa. Aliás, tomei a cerveja
da banda Doutorzinho de um grande amigo, o dr. Marcel Vezzaro. A banda é formada
só por médicos e meio que homenageia o Dr. Sin pelo nome. A cerveja é uma ipa
maravilhosa. Mas também curto as mais normais, digamos assim, como Bud,
Heineken etc”.
Depois da sugestão de uma cerveja mais caseira, qual seria a ideal
para um rótulo com o nome Busic? “Gostaria que fosse uma no estilo da Baden
Golden que leva canela, bem encorpada e que deixasse um gosto bom na boca como
essa deixa”. Ou seja, uma do tipo ale.
Nesse momento, nos resta
aguardar pelo relançamento do álbum Busic
e, quem sabe, que alguma cervejaria resolva fabricar uma cerveja sob o rótulo da
banda.
Muito bom esse Cd da Busic. Rock de responsa!
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