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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Sepultura de novo álbum a filme: a relevância do gigante

Reprodução

WEISSBIER


A sugestão desse tipo de cerveja para acompanhar esse som se deve aos maltes de trigo que parecem combinar com as batidas pulsantes da bateria e nos envolvem por completo. E, claro, a necessidade de se refrescar um pouco, pois o disco é porrada após porrada.

Décimo quarto álbum de estúdio do Sepultura, Machine Messiah (Nuclear Blast, Nac.) é muito diferente de seu antecessor, The mediator between head and hands must be the heart, editado em 2013. Este foi mais voltado ao lado brutal do quarteto. Agora, a pedida é um pouco mais de groove.

A banda nunca lançou dois trabalhos iguais. Assim, mais uma vez podemos ouvir um CD cheio de ideias, novos elementos, como passagens com violinos, enfim, o Sepultura se reinventa a cada lançamento. Ponto para o grupo.

Tanto que a faixa-título que abre o disco não é aquela típica música de abertura. Problema? Evidentemente que não, pois a mesma se desenvolve muito bem, inclusive com uma linha vocal mais melódica.

O conceito do álbum chama a atenção desde o título até a capa, inspirados pela robotização da sociedade atualmente. Segundo o release, a “Máquina Divina” criou a humanidade e agora com o aparente fechar do ciclo, retornaremos ao ponto de partida.

“Viemos das máquinas e estamos indo de volta. O Messias, quando voltar, vai ser um robô ou um humanoide, nosso salvador biomecânico”, completa o texto extraído do site oficial do grupo.

Andreas Kisser (guitarra) já tinha o nome e o conceito do projeto quando iniciou a pesquisa para a ilustração da capa. A escolhida foi “Deus Ex-Machina”, criada há seis anos por Camille Dela Rosa, das Filipinas, e coincidiu com a ideia do disco. Depois de Arise (1991), talvez seja a melhor capa da discografia do quarteto.

Não vou destacar nenhuma música, pois em minha opinião não há nenhuma faixa ruim. É um CD coeso e bem produzido pela banda e por Jens Bogren (Soilwork e outros). Curiosidade: desde 1993, com Chaos A.D., não gravavam na Europa. A volta ao continente para esse registro ocorreu na Suécia.

Além de Andreas, completam o line-up atual o vocalista Derrick Green, o baixista Paulo Júnior, único integrante da formação original, e o baterista Eloy Casagrande (ex-André Matos e Gloria).

Filme

Mesmo depois de mais de 30 anos de estrada, o Sepultura ainda é a banda de metal, incluindo todas as vertentes, mais conhecida do Brasil lá fora e dentro do país. Só isso já é motivo suficiente para o documentário Endurance, que conta essa rica história, em cartaz desde 14 de junho em algumas cidades brasileiras.

Ainda não o assisti, até porque não chegou a Blumenau (SC), mas desde já lamento que os irmãos Max e Iggor Cavalera não permitiram que as músicas co-escritas por eles estivessem na trilha. Uma tremenda bobagem.


De qualquer forma, torço para que um dia, se perdoem. Não pela música. Não pela oportunidade de uma reunião. Mas sim pelo lado das pessoas, o mais importante.

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